“A gente vai ter uma política econômica que vai fazer esse país crescer, a gente vai continuar fazendo transferência de renda e a gente, ao mesmo tempo, vai continuar com a responsabilidade que sempre tivemos”, prosseguiu o presidente, no lançamento do Plano Sagra 2024/25
O presidente Lula afirmou nesta quarta-feira (3), durante o lançamento do Plano Safra 2024/2025 para a agricultura familiar, no Planalto, que o governo vai estimular a produção e vai garantir preços aos produtores. O plano anunciado irá alocar R$ 400,585 bilhões para a agricultura empresarial e R$ 74,98 bilhões para a agricultura familiar. Este valor representa um aumento de 9% em relação à safra anterior, que foi de R$ 435,8 bilhões.
Dirigindo-se aos produtores presentes à solenidade, Lula ponderou que atualmente quem está tomando terra dos agricultores não são os trabalhadores sem terra, mas sim os bancos. “Quem toma terra hoje no Brasil são os bancos e não o MST, não é o João Pedro Stédile”, disse Lula, em mais uma referência aos juros altos e à dificuldade de crédito que está existindo no país.
Pressionado pelos banqueiros e por sua equipe econômica a cortar investimentos públicos, reduzir verbas para programas sociais e o custeio da Saúde e Educação, Lula voltou a defender o crescimento da economia. “A gente vai ter uma política econômica que vai fazer esse país crescer, a gente vai continuar fazendo transferência de renda e a gente, ao mesmo tempo, vai continuar com a responsabilidade que sempre tivemos”, prosseguiu o presidente.
Assista a solenidade
Presidente Lula participa da cerimônia de lançamento do Plano Safra 2024/2025 https://t.co/IPXxHCUzAc
— Lula (@LulaOficial) July 3, 2024
“Aqui nesse governo a gente aplica o dinheiro que é necessário, gasta com educação e saúde aquilo que é necessário, mas a gente não joga dinheiro fora. Responsabilidade fiscal não é uma palavra, é um compromisso desse governo e a gente manterá ele à risca”, acrescentou Lula. O maior gasto do governo está exatamente no pagamento de juros. Só nos cinco meses do presente ano, o governo transferiu exatamente R$ 360 bilhões aos detentores de títulos da dívida pública. Nos doze meses o país foi sangrado em R$ 782 bi. Segundo o economista Paulo Kliass, “essa é a verdadeira gastança do governo”.
Lula admitiu que ainda é pouco, mas agradeceu ao ministério da Fazenda por viabilizar os valores que representam um aumento de quase 10% em relação ao ano anterior. “Pode não ser tudo que a gente precisa, mas é o melhor que a gente pôde fazer. Ele foi feito de forma interativa, coletiva. Muita gente participou, muita gente deu palpite. Eu quero agradecer ao pessoal da Fazenda, que teve a sensibilidade de perceber que a agricultura familiar tem uma importância muito grande para esse país”.
Lula pediu aos produtores rurais que fiscalizem a liberação dos recursos destinados pelo governo federal. “A gente anunciou tudo isso aqui, a imprensa registrou, eu assinei decreto. Está tudo formalizado e tudo legalizado. Agora é importante que as coisas funcionem. E para elas funcionarem, vocês têm que ser os fiscais. A imprensa pode ajudar a fiscalizar, os deputados podem ajudar, os senadores, os usuários podem ajudar a fiscalizar em tempo real”, afirmou o presidente.
“A gente fica lendo jornal todo dia. Você fica vendo perspectiva de ter alta no preço dos alimentos. Um dia desses estava vendo uma fotografia antiga de um companheiro que planta tomate e o preço do tomate estava barato, e ele ficou jogando tomate para os animais dele comerem. Nós precisamos mudar de comportamento. Primeiro a gente tem que incentivar as pessoas a produzirem para que nunca mais a gente coloque na primeira página do jornal o chuchu como responsável pela inflação, o tomate como responsável pela inflação”, disse Lula.
“Então”, prosseguiu o presidente, “o que nós precisamos ter cuidado é o seguinte: a gente tem que incentivar as pessoas a plantarem o máximo possível e garantir às pessoas que na hora da colheita a gente não vai deixar eles terem prejuízo porque plantaram demais. O governo tem que garantir o pagamento correto para que aquelas pessoas possam fazer os seus produtores chegarem aos supermercados. Se a gente fizer isso, se a gente comprar as máquinas, se a gente produzir mais leite, mais queijo, plantar mais tomate, pepino, chuchu, não vai ter inflação de alimento, gente”.
“Se a gente fizer isso, se a gente comprar as máquinas, se a gente produzir mais leite, mais queijo, plantar mais tomate, pepino, chuchu, não vai ter inflação de alimento, gente. A inflação de alimentos se dá quando a gente produz menos que a demanda e começa a ter escassez no supermercado, e aí cada pessoa pede o preço que quiser”, denunciou.
“Mas se a gente tiver a produção correta não faltará produto no supermercado, ninguém precisa aumentar o preço”, prosseguiu. “Ah mas e se eu produzir o pepino e não der lucro, o que eu faço?’. O governo está acostumado a lidar com pepino. O governo vai cuidar para que o plantador de pepino não tenha prejuízo. É simplesmente isso”, finalizou o presidente.