O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire, anunciou que participará da manifestação contra o governo de Jair Bolsonaro, no próximo sábado (3), pedindo impeachment e denunciando a corrupção na compra de vacinas.
Freire já foi deputado estadual em Pernambuco, deputado federal, senador e ministro da Cultura.
Em seu Twitter, afirmou que “sábado próximo em Brasília estarei – com máscara e buscando manter distanciamento – na manifestação pelo impeachment de Bolsonaro. Lá estarão presentes os que foram da Geração de 68. E o Cidadania também”.
Geração 68 é como são conhecidos os que participaram das manifestações contra a ditadura em 1968.
Roberto Freire e o Cidadania têm denunciado a omissão de Jair Bolsonaro no combate à pandemia e os crimes cometidos pelo governo.
“Se o esquema de roubalheira na Covaxin e em outras vacinas não é obra de Bolsonaro, seu ministério da Saúde e seu líder Ricardo Barros (PP-PR), por que o presidente não desmente Luis Miranda (DEM-DF), não desfaz o negócio e não manda a PF apurar a ladroagem em vez de investigar só quem denunciou?”, questionou Freire.
Para ele, é um “esquema bilionário que negociou vidas e destruiu milhares de famílias para ganhar em cima de vacina”.
“Um Escritório do Crime 2.0. Adriano da Nóbrega matava no varejo. Seu aliado age no atacado. Corrupto e genocida”, disse, comparando com o grupo miliciano que assassinou a vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco.
Roberto Freire disse que Jair Bolsonaro é “mentiroso”, porque “sabe o que se passa nos ministérios e no caso das vacinas foi, inclusive, alertado da corrupção”, mas preferiu acobertar o caso e não denunciar para a Polícia Federal.
Na sexta-feira (25), deputado Luis Miranda e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, que é servidor concursado do Ministério da Saúde, contaram à CPI que levaram até Jair Bolsonaro a denúncia de corrupção na compra da Covaxin e Bolsonaro mostrou saber que era “coisa de Ricardo Barros”. Bolsonaro não denunciou o caso para a Polícia Federal.
Um dos senadores que mais tem se destacado na CPI da Pandemia, Alessandro Vieira (SE), é filiado ao Cidadania. Vieira apresentou, na segunda-feira (28), um pedido de convocação do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, por ter organizado o esquema ilegal na compra da Covaxin.
Vieira disse que “a CPI avança, mas é preciso foco: já são mais de 513 mil mortos! Era possível salvar alguma dessas vidas? Já provamos que milhares poderiam ser salvas. O governo fez o possível para salvar essas vidas? Não, isso também está provado. Buscamos as motivações, mas o já provado é gravíssimo”.
“Esse é o papel da CPI: buscar a verdade que o governo quer esconder. Quais são os motivos para tantos erros cometidos? Quantos brasileiros perderam suas vidas por ignorância, incompetência e corrupção?”, indagou.