O ex-pré-candidato Bernie Sanders formalizou seu apoio ao ex-vice-presidente Joe Biden na disputa pela presidência dos Estados Unidos em videoconferência que foi ao ar na segunda-feira (13).
“Temos que fazer de Trump um presidente de mandato único”, convocou Sanders, em sua aparição em vídeo da campanha de Biden em que ele dividiu a tela com o ex-presidente. “Precisamos de você na Casa Branca. Farei tudo o que puder para que isso aconteça, Joe”, enfatizou.
“Hoje, peço a todos os americanos, todos os democratas, todos os eleitores independentes, peço a muitos republicanos, que se juntem a esta campanha para apoiar sua candidatura, que eu apoio”, disse Sanders, que ao suspender sua campanha na semana passada ressaltara que era preciso unir todas as forças para derrotar “o presidente mais perigoso da história moderna”.
“Vou precisar de você”, assinalou em resposta Biden, acrescentando que essa unidade não será apenas “para a campanha, se não para governar”. “Acho que as pessoas ficarão surpresas com o fato de divergirmos em algumas questões, mas que concordamos com muitas outras”, acrescentou.
“Não é segredo que você e eu temos nossas diferenças”, disse Sanders, apontando que pontes deveriam ser construídas: “Farei tudo o que puder para fazê-lo”. Ele relatou que as duas equipes estão formando grupos de trabalho sobre políticas sociais, econômicas e de saúde. “Ansioso por trabalhar com você e adicionar ótimos profissionais à equipe nesses assuntos”, acrescentou.
Entre Sanders e Biden, não há o abismo que o separara, na eleição de 2016, de Hillary Clinton, notória como a ‘preferida de Wall Street’, o que acabou por fazer com que muitos dos seus apoiadores não tivessem aderido à ex-secretária de Estado.
Entre os pontos de concordância com Biden, há o apoio ao salário mínimo de US$ 15 por hora e o aumento de impostos para bilionários.
Sobre a questão da Saúde, há a percepção de que a pandemia pôs em xeque o atual sistema hiperprivatizado. Quanto ao problema da dívida estudantil, que não para de crescer, alguma resposta terá que ser encontrada. Biden também teria pontos de convergência sobre a energia limpa e aumento dos gastos sociais.
O apoio de Sanders a Biden permite reunir as duas principais correntes do Partido Democrata e criar uma unificação imprescindível para derrotar Trump.
OBAMA OFICIALIZA APOIO A BIDEN
Nesta terça-feira, o ex-presidente Barack Obama expressou seu endosso a Biden, que foi seu vice, em vídeo postado nas redes sociais, em que, se referindo ao quadro de pandemia e paralisação econômica, disse que “se há uma coisa que nós aprendemos como país dos momentos de grande crise, é que o espírito de cuidar um do outro não pode ficar restrito às nossas casas, ou local de trabalho, ou nossa vizinhança, ou nossas casas de oração. Também tem que estar refletido em nosso governo nacional”.
O que – acrescentou – exige uma liderança que seja “guiada pelo conhecimento e experiência, honestidade e humildade, empatia e graça”. “É por isso que estou tão orgulhoso de endossar Joe Biden para presidente dos Estados Unidos”.
Obama também fez questão de prestar uma homenagem a Bernie Sanders. “Bernie é um legítimo americano – um homem que devotou sua vida para dar voz às esperanças, sonhos e frustrações do povo trabalhador. Ele e eu não temos concordado em tudo, mas sempre compartilhamos a convicção de que temos de fazer da América uma sociedade mais justa, mais equitativa”.
Sem nomear Trump, Obama acrescentou também que “uma coisa que todo mundo aprendeu agora é que os republicanos ocupando a Casa Branca e dirigindo o Senado dos EUA não estão interessados no progresso. Estão interessados em poder”. É o que se vê em meio à pandemia, com os republicanos só se importando em socorrer os ricaços e deixando os americanos comuns largados à própria sorte.