Organização chefiada por senador bolsonarista direcionava licitações. Entre as empresas beneficiadas estão a Haiplan, a Quantum, a Nova Médica Comércio e Serviços de Produtos Hospitalares e PHM Produtos Médicos Hospitalares
Durante as investigações sobre os desvios de recursos públicos pelo senador bolsonarista, Chico Rodrigues (DEM-RR), que escondeu parte do dinheiro na cueca, a Polícia Federal descobriu que o governo de Roraima firmou contrato com a empresa Quantum Empreendimentos em Saúde no valor de R$ 3,2 milhões para aquisição de kits de detecção da Covid-19.
De acordo com a PF, cada kit custou R$ 161, gerando um sobrepreço no contrato no valor de R$ 956 mil, com base em preços médios praticados no mesmo período no Amazonas, Paraíba e Mato Grosso.
EMPRESA DO MARIDO DA ASSESSORA
Coincidentemente, a Quantum tinha como representante Jean Frank Padilha Lobato, apontado pela Polícia Federal como “operador” do senador Chico Rodrigues em uma outra investigação, relacionada a desvios no Distrito Sanitário Especial Indígena Leste (DSEI-Leste). Jean Frank Padilha Lobato é casado com Samara de Araújo Xaud, assessora do senador.
Em maio deste ano, a Quantum assinou, segundo a revista Crusué, um contrato de 1,39 milhão de reais com o Ministério da Saúde, para fornecimento de cilindros de oxigênio para o Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami. Na decisão que autorizou as buscas na casa do senador, o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, cita a existência de um outro inquérito, de relatoria da ministra Carmen Lúcia, que investiga uma organização criminosa atuante no distrito sanitário para desviar dinheiro público.
“A autoridade policial aponta a existência de possíveis vínculos entre o Senador Chico Rodrigues e a Quantum Empreendimentos em Saúde, já que Roger Henrique Pimentel, cunhado de sua assessora, casada com Jean Frank, também é um dos sócios da empresa desde 20.02.2020”, disse o ministro Luiz Roberto Barroso em sua decisão para investigar o senador.
DINHEIRO ERA LIBERADO E EMPRESÁRIOS APARECIAM PARA PRESSIONAR
“De acordo com os investigadores, após parlamentares determinarem a aplicação de recursos da Covid-19 no estado, empresários do setor pressionavam técnicos da Secretaria de Saúde para direcionar licitações beneficiando empresas com ligação direta, ou indireta, com o senador Chico Rodrigues”, aponta o ministro Luiz roberto Barroso.
“Também há contatos entre Jean Frank e Francisvaldo Paixão, técnico do Setor de Urgências da Secretaria de Saúde, a respeito da PHM Produtos Médicos Hospitalares Ltda., outra das empresas contratadas pelo Governo de Roraima que estariam, de acordo com a Controladoria Geral da União (CGU), praticando sobrepreço – o que indica que o suposto esquema ilícito pode envolver diversas empresas”, descreveu o ministro do STF.
O senador também atuou em conjunto com o então secretário de Saúde de Roraima, Francisco Monteiro, e empresários para desviar recursos para a compra de testes rápidos a partir de emendas parlamentares. A operação referia-se à licitação direcionada comandada pelo ex-coordenador e diretor da Coordenação Geral de Urgência e Emergência na Secretaria de Saúde de Roraima no início de 2020, Francisvaldo Paixão.
SENADOR COBRAVA DA SECRETARIA OS CONTRATOS COM OS “AMIGOS”
Conforme mensagens analisadas pela PF, o senador questionou o Coordenador Geral da Urgência e Emergência, Francisvaldo Paixão, sobre pagamentos a representantes da Haiplan, que também é apontada pelos policiais como favorecida pelo esquema de desvios de recursos na saúde de Roraima.
“Igualmente se ressalta a circunstância de que o instrumento firmado com a Haiplan Construções, Comércio e Serviços Ltda. não derivou de nova licitação específica, mas de aditivação de contrato firmado em 2014, quando o Senador Chico Rodrigues era Governador do Estado”, prossegue o ministro Barroso.
Outra empresa investigada por fraudes em Roraima, a Haiplan Construções, tem ligação com o senador do dinheiro na cueca por meio de um sobrinho dele. Também em maio deste ano, a empresa assinou um contrato por dispensa de licitação com a Universidade Federal de Roraima, no valor de 929 mil reais, para fornecer equipamentos de proteção individual, os EPIs, como aventais, máscaras e luvas.
O senador bolsonarista, que aparece num vídeo ao lado de Bolsonaro, tecendo loas ao presidente por sua demagogia anticorrupção, era membro da Comissão Mista do Congresso Nacional, criada para acompanhar a aplicação dos recursos e execução orçamentária destinada à Covid-19. Segundo investigadores, o senador tinha o poder de destinar recursos, e como integrante da Comissão Mista, também poderia encobrir eventuais malfeitos no ato da fiscalização das verbas públicas.
SENADOR TINHA PODER DE LIBERAÇÃO EM BRASÍLIA
“Em síntese, portanto, há indícios de que o Senador Chico Rodrigues tenha se utilizado da influência política inerente à sua função pública para favorecer, no âmbito de contratos celebrados pela Secretaria de Saúde de Roraima, empresas privadas a ele ligadas, direta ou indiretamente, desviando dinheiro destinado ao combate ao Covid-19”, disse o ministro Luís Roberto Barroso no pedido de afastamento do parlamentar.
O ministro do Supremo ainda complementou: “como mencionado, o Senador manteve pessoalmente, via aplicativo de mensagens, contatos suspeitos com denunciante responsável por contratos no órgão de saúde estadual, havendo indícios de que teria exercido seu poder político para obter a exoneração e a nomeação de Secretários Estaduais da Saúde, determinar a renovação de contratos administrativos sem licitação e ordenar a realização de pagamentos a empresas a ele, direta ou indiretamente, vinculadas”.
De acordo com as investigações da Polícia Federal, o governo federal destinou, ao todo, R$ 49 milhões para o enfrentamento da pandemia em Roraima.
Segundo depoimento prestado por Francisvaldo Paixão, uma organização criminosa atuava na Secretaria de Saúde de Roraima e tinha ramificações no Congresso Nacional.
Essa organização criminosa seria responsável por direcionar contratos emergenciais em saúde principalmente a partir da aquisição de kits de testes rápidos e para a aquisição de aparelhos de ar-condicionado. Entre as empresas beneficiadas, além da Quantum, estariam a Nova Médica Comércio e Serviços de Produtos Hospitalares e PHM Produtos Médicos Hospitalares.
Este Senador Chico Rodrigues ou Chico cueca suja e a Cristiane Brasil, ambos bolsonaristas, mostram a real farsa que é este desgoverno Bolsonaro e o centrão têm em sua ampla maioria Senadores e Deputados que se identificam com os dois referidos acima. Agora é hora do Onix Lorenzoni, falar do DEM que antes era ARENA, PDS I e II e PFL, veja que durante os últimos cinquenta anos mudou de sigla quatro vezes no entanto, a corrupção continuou neste partido e também em outros bem semelhantes como PP, PTB e PMDB e em partidos criados posteriormente que são mais de trinta e pior serão os seus representante exemplo o atual desgoverno. Ao centro e a esquerda também há políticos corruptos isto é fato, temos que ficar atentos o tempo todo, principalmente com os autoritários como o Bolsonaro.