
“Altamente fora do mundo terrestre”, acrescentou o senador do PSDB. “O país está sendo levado ao ridículo”
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) criticou a atuação do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmando que com ele o país está com “a imagem externa arranhada”.
“Algumas declarações do ministro (Ernesto Araújo) não só me preocupam, me cheiram a delírio, altamente fora do mundo terrestre. Evidente que estamos (o PSDB) completamente afastados da linha que ele diz, do que ele pensa”, disse.
“O problema não é só a imagem externa arranhada. O país está sendo levado ao ridículo”.
O senador estendeu sua crítica a Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos. “Vejo com o mesmo rigor e espanto as declarações da ministra. Algumas, eu não quero nem comentar”.
Sobre a eleição da mesa do Senado, Tasso frisou que “foi o ápice do desgaste”, mas avalia que “o ponto mais alto da crise do Senado foi necessária para a ruptura com o passado”. “Com certeza, foi um espetáculo degradante, que desnudou alguns personagens para o Brasil, mas foi um momento em que foi rompido o predomínio de um grupo depois de quase 30 anos. Acho que consolidou o fim do monopólio desse grupo no Senado durante esses anos”.
Ele disse que não enxerga “o PSDB integrado totalmente no governo, até pelas diferenças que nós temos, que eu já fiz referência. A grande afinidade que nós temos é em relação à política econômica. Mas, com certeza, estamos bastante afastados de visões de extrema-direita que estão sendo externadas aí por alguns grupos”.
O senador tucano avalia que é muito cedo para ter uma opinião sobre o governo Bolsonaro, mas observa que “há uma falta de organização no governo ainda. Não dá para identificar para onde o governo vai, porque tem muito bate-cabeça entre as próprias lideranças que dão apoio ao governo”.
Tasso Jereissati defende uma renovação do PSDB na próxima eleição do partido. “Tem de vir um nome ajustado a essa renovação. E que tenha liberdade, independência para liderar essa visão de futuro que o partido vai ter. Volto a defender uma autocrítica. O partido tem de rever, assumir os erros do passado e assumir o compromisso com a sociedade de não aceitar conviver com esses erros”, declarou em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”.