A chanceler alemã, Angela Merkel, assinalou que a pandemia de coronavírus “deixou em evidência a fragilidade da Europa” e expressou sua convicção de que “nunca antes a coesão e a solidariedade no continente têm sido tão importantes”.
Em pronunciamento no Parlamento de Berlim um dia antes de uma reunião, por videoconferência, dos líderes dos 27 países-membros da União Europeia, expressou que a Alemanha assumirá em 1º de julho a Presidência rotativa da UE por seis meses com a prioridade de superar conjuntamente as consequências da crise do Covid-19 e seu impacto econômico. Acrescentou que trabalhará para conseguir uma Europa mais robusta e sustentável que assuma uma maior responsabilidade a nível global.
Defendendo o fundo de reconstrução previsto pelo bloco para combater a crise, a primeira-ministra sublinhou que a resposta dada pela UE “determinará seu próprio futuro, sua prosperidade e seu poder” e insistiu em que Bruxelas deve “atuar com decisão e rápido” na hora de acertar um novo orçamento e aprovar o fundo de recuperação que a União Europeia propôs no mês passado de 750 bilhões de euros.
«Nenhum país pode superar esta crise sozinho e isolado. Só pode ser superada se atuarmos unidos e uns pelos outros. Nosso objetivo comum deve ser agora superá-la conjuntamente, de forma sustentável e pondo os olhos no futuro. E precisamente esse será o ‘leitmotiv’ de nossa presidência da UE», afirmou.
A pandemia deixou em evidência “quanto é frágil ainda o projeto europeu», disse Merkel ao se referir às primeiras respostas, também as alemãs, que “principalmente foram nacionais» e não europeias.
A cifra de orçamento desse fundo foi determinada por uma proposta da Alemanha e da França. Mas Áustria, Dinamarca, Holanda e Suécia estão relutantes em dar dinheiro sem compromissos. Sua oposição às doações poderia atrasar o projeto.
“O ponto de partida é qualquer coisa, menos fácil, mas espero que todos os Estados-membros ajam agora com espírito de cooperação diante desta situação sem precedentes”, disse Merkel, assinalando que a reunião do dia 19 seria apenas uma primeira troca de ideias. Uma decisão, afirmou, só sairá numa reunião presencial.
A chanceler disse que a resposta às conseqüências econômicas e sociais da pandemia «não pode ser o retorno ao trabalho e à atividade econômica convencionais», mas que deve fortalecer e acelerar novos modelos, com empresas criativas e competitivas. Não deu, porém, detalhes nem propostas concretas.