Mesmo sem a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a farmacêutica brasileira União Química iniciou um teste de produção no Brasil do ingrediente ativo necessário para a vacina russa Sputnik V, contra a Covid-19. Segundo o cientista-chefe da União Química, Miguel Giudicissi, o plano é começar a produção da vacina em abril.
“Esta semana já iniciamos um lote piloto de aprendizado de produção de IFA (ingrediente farmacêutico ativo). Não é para uso”, disse o cientista.
O cientista destaca que a produção do IFA aqui faria da Sputnik V a primeira feita inteiramente no Brasil.
Para o diretor de negócios internacionais do grupo União Química, Rogério Rosso, sem depender da importação de insumos, a produção local da Sputnik V trará “soberania para o Brasil”.
“Até alguns meses atrás ninguém sabia o que era o IFA, que é a produção da matéria prima, produção do insumo da vacina. Algumas vacinas estão importando o IFA, nós na União Química estamos produzindo [o insumo]. Não vamos depender de matéria prima, a produção vai ser local, isso dá uma soberania para o Brasil. Vários países dependem da China e da Índia para a produção dos seus medicamentos. Da nossa parte, o governo russo passa a tecnologia sem cobrar royalties. Essa é uma grande diferença que precisa ser observada”, afirmou Rogério Rosso em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.
Segundo ele, é possível produzir 8 milhões de doses do imunizante por mês no país assim que a planta da União Química em Brasília comece a operar em capacidade máxima.
Durante a entrevista Rosso salientou que a Sputnik V é totalmente segura e apresenta resultado de 91,4% de imunização. “Na semana passada nós fomos a Moscou, fizemos várias reuniões simultâneas, indo visitar fábricas da Sputnik. Temos todos os dados, estamos recebendo dados da Sputnik V há algum tempo, vimos não só a parte da imunização na Rússia, o que vi foi uma vacina tendo uma força de imunização de 91,4%, em média, sem reação adversa grave em qualquer lugar em que está sendo aplicada”, afirmou.
