Nesta segunda-feira (25), a General Motors confirmou em comunicado ao Sindicato dos Metalúrgicos que pretende suspender um turno da área de produção, suspendendo os contratos (lay-off) de 1.200 trabalhadores, na planta de São José dos Campos. A medida é motivada pela falta de semicondutores.
A dispensa dos funcionários deve durar de dois a cinco meses, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.
Em assembleia do primeiro turno, nesta terça-feira (26), os trabalhadores aprovaram como indicativo que para aceitar qualquer acordo de flexibilização de direitos é preciso que este esteja condicionado à garantia de estabilidade no emprego para todos e efetivação dos temporários.
O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Valmir Mariano, afirmou que para a entidade, “qualquer medida tem de estar cercada de proteção ao emprego e aos direitos dos trabalhadores. Vamos levar essa discussão para a assembleia”.
Caso o acordo seja aprovado, o layoff começaria a partir da segunda semana de novembro. “Neste momento, temos de lutar pela preservação de todos os empregos e direitos para quem fica na fábrica e para quem sai. A suspensão dos contratos não pode penalizar os trabalhadores. Este é mais um desafio que enfrentaremos na fábrica, organizados e unidos”, completou Valmir Mariano.
Ainda de acordo com o Sindicato, a área de produção da S10 opera em dois turnos, com um total de 2,2 mil trabalhadores. Ao todo, a fábrica que também produz o SUV Trailblazer e motores emprega cerca de 3,8 mil funcionários.
A GM é a quarta montadora a adotar a suspensão de contratos. A Volkswagen vai dispensar temporariamente 1,5 mil trabalhadores da unidade Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP), a partir de novembro, também por um período de dois a cinco meses, e vai passar a ter atividades em apenas um dos turnos. A empresa já tem outros 450 trabalhadores afastados nesse sistema desde o início da pandemia. A Fiat adotou a suspensão de contrato para 1,8 mil funcionários de Betim (MG) por três meses desde o início de outubro.
Já a Renault suspendeu o contrato de 300 operários da fábrica de São José dos Pinhais (PR) por um período de cinco meses, desde o fim de setembro. A montadora também abriu um programa de demissão voluntária para 250 pessoas. O PDV também foi a opção da Honda nas unidades de Sumaré e Itirapina, ambas em São Paulo, mas não divulgou meta de adesão.