O Ministério da Saúde prorrogou, para a próxima terça-feira (18), o prazo para os médicos que se escreveram para o programa “Mais Médicos” se apresentarem nos locais de trabalho que foram selecionados. Segundo o último balanço divulgado nesta segunda-feira, 30% dos que se inscreveram no edital não se apresentaram aos postos de trabalho.
O prazo para os médicos (com CRM brasileiro) se apresentarem terminava nesta sexta-feira foi estendido até 18 deste mês. Até o momento, 1.418 médicos não compareceram aos locais em que vão trabalhar de um total 8.411 profissionais que tiveram a inscrição aprovada na primeira fase.
Também foram prorrogadas as inscrições de brasileiros e estrangeiros formados no exterior (sem registro no Brasil) para participação no “Mais Médicos”. Os candidatos terão até o próximo domingo (16) para enviar documentação pelo site e validar a inscrição.
O novo edital do programa foi lançado após a saída de Cuba do programa, por conta de declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Bajulador Donald Trump, Bolsonaro, mesmo antes de assumir o cargo, fez exigências absurdas, atacou os médicos cubanos e levou o governo de Cuba à decisão de sair do programa social Mais Médicos.
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No final do mês passado, 29, o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) denunciou que grande parte dos médicos que aderiram ao novo edital do “Mais Médicos” estavam antes ligados ao programa Saúde da Família e outros serviços do SUS, como hospitais e UPAS.
O Conselho afirmou que a migração dos médicos da Saúde da Família e outros serviços do SUS acontecem porque o programa oferece bolsas de R$ 11,8 mil (valor superior à média do Norte e Nordeste), pagamento de ajuda de custo pelo município que varia entre mil e três mil reais para cada profissional, e carga horária semanal de 32 horas de trabalho e oito horas dedicadas às atividades de ensino, pesquisa e extensão.
“Se o médico sai de um serviço do SUS para atender em outro, o município de origem fica desassistido, independente se esse médico se desloca da atenção básica ou da especializada, principalmente em relação ao norte e nordeste onde todos os estados têm municípios com perfil de extrema pobreza e necessitam da dedicação desses profissionais que já estão trabalhando”, denunciou Junqueira.
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