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Rejeição a Trump cresce em meio a explosão de casos de Covid-19, crise econômica e resposta popular à violência racial
Pesquisa realizada em conjunto pelo New York Times e o Sienna College divulgada na manhã de quarta-feira mostra que 58% desaprovam sua atuação contra a pandemia enquanto que somente 38% a aprovam.
A pesquisa, realizada entre 1.337 eleitores registrados de 17 de junho a 22 de junho e com margem de erro de +/- 3,0%, também mostra que os eleitores questionados sobre a maneira como Trump tem lidado com seu trabalho como presidente, 47% disseram que desaprovam fortemente e 26% disseram que aprovam fortemente.
E mais: a maioria dos eleitores, 61%, também desaprovam a forma como o presidente tem lidado com as relações raciais e 33% aprovam. Questionados sobre sua manipulação de protestos pela morte de George Floyd, 62% desaprovam e apenas 29% aprovam.
O candidato democrata, Joe Biden, aparece com uma forte vantagem de 14 pontos sobre Trump. Essa vantagem espelha a pesquisa da CNN no início deste mês que também encontrou Trump atrás de Biden por 14 pontos. 50% dos eleitores registrados na pesquisa do New York Times disseram que se a eleição de 2020 fosse realizada hoje, votariam em Biden e 36% disseram que votariam em Trump. Biden também tem uma vantagem de dois dígitos entre os eleitores independentes, com 47% dizendo que obteria seu voto e 29% votariam em Trump.
O presumido candidato presidencial democrata continua a liderar o apoio dos eleitores negros e latinos registrados, com 79% dos negros e 64% dos latinos dizendo que votariam em Biden.
Outros levantamentos também são fortemente desanimadores para Trump e apoiadores. Conforme o site de estatísticas Five Thirty Eight, a popularidade do presidente republicano encolheu de 45,8% para 41% desde o começo de abril, enquanto a rejeição subiu de 50% para 55,2%, alavancada principalmente pela onda de protestos antirracismo no país, pelo agravamento da crise econômica e pela catastrófica gestão da pandemia de Covid-19.
CONFISSÃO
Com mais de 2,4 milhões de contagiados e 123 mil mortos, o espaço de Trump vai sendo cada vez mais reduzido. A restrição ao seu pequeno público cativo, no comício do Tulsa, foi um exemplo claro disso. Em seu discurso, defendeu que as autoridades de saúde dos Estados Unidos realizassem menos testes de coronavírus para, desta forma, abaixar o número de casos confirmados. E foi aplaudido pela turba.
Enquanto isso, a recessão se aprofunda e cerca de 40 milhões de estadunidenses já pediram subsídios de desemprego desde o início da pandemia, com grandes empresas se declarando em bancarrota.
Diante do crescimento do desemprego, Trump, ao invés de combater a recessão, determinou que o serviço de Imigração estendesse por todo o ano a suspensão de vistos de centenas de milhares de vistos para trabalhadores vindos do exterior. O comportamento preconceituoso foi condenado, entre outros, pelo diretor executivo da Câmara de Comércio dos Estados Unidos, para quem “colocar um letreiro de ‘não é bem-vindo’ em engenheiros, executivos, especialistas em desenvolvimento, software, doutores, enfermeiras, entre outros, não ajudará o país, o irá parar”.
“MURO À PROVA DE TOLOS”
Ao visitar o estado do Arizona, terça-feira, Trump assinou uma placa colocada no seu muro de 320 quilômetros na fronteira com o México e, dirigindo-se aos jornalistas, descreveu a construção como sendo “à prova de tolos”. “O meu governo fez mais do que qualquer outro na história dos EUA para proteger a nossa fronteira sul, que nunca foi tão segura”, enfatizou.
Acompanhado do comissário interino de Alfândega e Proteção de Fronteiras, Mark Morgan, e do secretário interino de Segurança Interna, Chad Wolf, Trump reiterou que irá finalizar os 725 quilômetros de construção prometidos até o final do ano, mas não se sabe se conseguirá cumprir o objetivo. Em sua campanha de 2016 disse que iria «construir um grande muro na nossa fronteira sul e ter o México a pagar por esse muro», com o objetivo de evitar a entrada de imigrantes ilegais.