O diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti Dahmer, uma das lideranças à frente da mobilização nacional dos caminhoneiros contra a alta abusiva dos preços dos combustíveis, declarou que ontem, 1º de novembro, quando deu-se início a mobilização da categoria, 90% dos autônomos aderiram ao movimento. Os caminhoneiros também reivindicam o piso mínimo do frete e aposentadoria especial.
“O movimento começou muito positivo. 90% dos autônomos aderiram ao movimento. Os que continuam estão rodando são os caminhões das empresas, que não aderiram à greve. E acredito que por isso vai demorar mais para criar visibilidade e mostrar o que está acontecendo em relação à insatisfação com relação aos preços do diesel”, declarou Litti ao HP.
Os dirigentes do movimento ressaltam que nessa greve a orientação está sendo a de cruzar os braços e decidiram também não fazer bloqueios, que foram alvos de uma tentativa desesperada do governo de barrar os caminhoneiros. Nos últimos dias, liminares judiciais acataram o pedido do Planalto e determinam multas dos trabalhadores em caso de bloqueios.
O presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), Plínio Dias, avalia que o movimento não ganhou visibilidade ainda exatamente por não ter os bloqueios de estradas. “O governo foi covarde com algumas liminares. Estamos em uma ditadura de poucas pessoas. Estamos batalhando para que a área jurídica derrube as liminares”, disse Plínio.
Litti lembrou ainda que com a previsão de mais um aumento de combustíveis para essa terça-feira (2) a expectativa é de que o movimento cresça junto com a indignação da categoria. “Estamos apostando que nos próximos dias aumente a mobilização. Amanhã terá mais um aumento do combustível. Vamos seguir com o movimento”, disse o diretor da CNTTL.
“Nossa manifestação é pacífica. Começa lenta e vai ganhando corpo com os dias”, completou Plínio Dias. Além da CNTTL e do CTRC, a Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava) também está convocando a greve.
A categoria realizou algumas manifestações pacíficas pelo país, dentre elas em Barra Mansa (RJ), Salvador (BA), e Blumenau (SC). Em um vídeo nas redes sociais, Litti aparece no entroncamento da BR 285 com a ERS-342, no Rio Grande do Sul.
“Esse trajeto não está rodando, diariamente rodam sete mil veículos. A coisa pegou porque não dá mais para suportar. Os caminhões que ainda rodam em sua minoria são convidados a aderirem ao nosso movimento de forma democrática”, disse.