A Justiça portuguesa decidiu autorizar a extradição para o Brasil do lobista Raul Schmidt, que foi alvo da primeira fase internacional da Lava Jato, em março de 2016. De acordo com a força-tarefa da operação, ele atuou no repasse de propinas aos ex-diretores da Petrobrás Renato Duque, Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada.
Schmidt é brasileiro nato, mas se naturalizou português em 2011. Ele morava em Londres, onde mantinha uma galeria de arte, mas mudou-se para Portugal após as investigações no Brasil se aproximar de seu nome. Ele chegou a ser preso, mas atualmente respondia ao processo em liberdade.
A extradição do lobista atende a pedidos da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Advocacia-Geral da União (AGU). A medida foi autorizada sob a condição de que o julgamento no Brasil só ocorra por atos praticados antes da obtenção da nacionalidade portuguesa.
Segundo as investigações, Raul Schmidt repassou ao menos US$ 31 milhões somente para o ex-diretor da Área Internacional da estatal Jorge Zelada, em 2009. Além de atuar no pagamento de propina, ele também é acusado de fazer lobby para empresas internacionais obterem contratos de exploração de plataformas da Petrobrás.