Em um ano que o país vive uma crise sem precedentes, com o desemprego atingindo 12,8 milhões de brasileiros, o governo Bolsonaro ainda reduziu a previsão do salário mínimo do próximo ano.
A proposta foi enviada ao Congresso Nacional, na segunda-feira (31), no projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA). O valor apenas repõe a inflação projetada para 2020, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 2,09%, sem prever qualquer reajuste real pelo segundo ano seguido.
Com isso, o reajuste inicial previsto, que já era ínfimo, de R$ 34, agora será ainda menor. O governo reduziu mais R$ 12, prevendo um aumento de apenas R$ 22 no salário mínimo, passando dos atuais R$ 1.045 para R$ 1.067.
A medida causou reações entre os parlamentares no Congresso, que pode alterar o projeto.
“O governo Bolsonaro, inimigo do povo, enviou ao Congresso o projeto de lei orçamentária com salário mínimo de R$ 1.067. Isso significa que Bolsonaro não dará aumento real para o salário mínimo em 2021, prejudicando milhões de trabalhadores e aposentados”, publicou o deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) em sua conta no Twitter.
O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) também ressaltou “mais um absurdo de Bolsonaro: pelo segundo ano seguido, ele envia ao Congresso Nacional uma proposta de salário mínimo sem aumento real”, disse o parlamentar.
Para o deputado federal Gil Cutrim (PDT-MA), “o governo propôs salário mínimo de R$ 1.067, sem reajuste acima da inflação, em um Brasil que castiga quem vive com o mínimo. É triste ter que lutar contra essas propostas, quando a gente deveria estar lutando para dar mais oportunidade para o nosso povo”, afirmou o parlamentar no Twitter.
“Reduzir o preço do gás de cozinha? Reduzir o preço da energia elétrica? Reduzir o preço dos combustíveis? Reduzir os juros do cartão? Não! Bolsonaro vai reduzir o salário mínimo, que serve para pagar essas contas”, escreveu o líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE),
“O povo vai lembrar. O povo vai cobrar. O que esse governo faz com a população brasileira é um absurdo. Todo dia eles dão um jeito de prejudicar o trabalhador. Incrível. Inaceitável”, afirmou o senador Humberto Costa (PT-PE).