As centrais sindicais divulgaram um manifesto contra o corte de 50% do auxílio emergencial anunciado pelo governo Bolsonaro na terça-feira. As centrais denunciam que o corte afetará drasticamente os trabalhadores em maior vulnerabilidade social neste momento de crise sanitária.
A proposta do governo é que o auxílio se estenda até dezembro desde que seja reduzido para R$ 300 reais, metade dos atuais R$ 600.
“Considerando que os impactos sociais e econômicos da crise sanitária já se se provam muito mais longos do que os inicialmente prospectados, com efeitos dramáticos sobre os empregos e as ocupações, bem como sobre as empresas e a dinâmica econômica, consideramos essencial que as inciativas continuem no sentido de sustentar a renda das pessoas e famílias, estendendo os efeitos positivos de proteção social e de manutenção da demanda das famílias”, diz a nota.
O corte será feito por Medida Provisória (MP) encaminhada ao Congresso Nacional e deve contar com a resistência também dos parlamentares que já haviam colocado na MP anterior (MP936) a possibilidade de o governo federal estender os R$600, sem que fosse preciso passar pelo legislativo novamente.
“Provamos que era necessário e possível, e o Congresso aprovou um Auxílio Emergencial de R$ 600,00, sendo ainda devido um Auxílio de R$ 1.200,00 para a mãe chefe de família. Essa medida beneficiou mais de 65 milhões de pessoas, impedindo que caíssem na pobreza, criando uma proteção econômica efetiva para as famílias mais vulneráveis, bem como ajudou a sustentar o consumo de bens e serviços essenciais, em especial nas regiões mais pobres do país”, afirma nota das centrais.
Os atuais R$ 600 foram conquistados pelo legislativo federal contra uma forte oposição de Bolsonaro e sua equipe econômica que, desde as primeiras tratativas, propunha que o auxílio fosse de apenas R$ 200.
“Por tudo isso, as Centrais Sindicais rejeitam a medida anunciada nesta terça-feira (1º) pelo governo que reduz à metade o valor do auxílio emergencial; propõem e defendem que o Congresso Nacional prorrogue até dezembro o benefício do Auxílio Emergencial de R$ 600,00, com os mesmos critérios de acesso e para o mesmo universo de pessoas credenciadas que ainda necessitam do benefício”, ressalta a nota.
“Consideramos fundamental que os parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado Federal qualifiquem o debate deliberativo sensibilizando todo o parlamento para a relevância da renovação desse benefício”, concluíram as centrais.
A nota é assinada pelos presidentes da Força Sindical (FS), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), CSP-CONLUTAS, Pública Central do Servidor (Pública), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Intersindical.