Governador de São Paulo informou que as primeiras 120 mil doses da vacina serão entregues em 20 de novembro
O Instituto Butantan anunciou nesta segunda-feira, o início das obras de reforma e adaptação da fábrica que será responsável pela produção da vacina contra o coronavírus, CoronaVac. Quando estiver pronta, a estrutura será capaz de produzir até 100 milhões de doses da vacina por ano.
A obra tem conclusão prevista para o final de 2021.
A produção 100% local, portanto, só será possível a partir de 2022 e depende ainda do processo de transferência de tecnologia da Sinovac para o Butantã. Até lá, o instituto receberá doses prontas da China ou matéria-prima para que a produção seja apenas finalizada no Brasil.
“É um dia histórico para São Paulo e para o Brasil. Um passo fundamental que consolida ainda mais o Instituto Butantan, e o Brasil, na liderança mundial em desenvolvimento e inovação tecnológica para a produção de vacinas”, afirmou o governador João Doria durante visita às obras no Instituto Butantan.
A nova fábrica do Butantan terá cerca de 10 mil m² e além de produzir as doses da vacina contra a Covid-19, poderá produzir outros imunizantes fabricados no Instituto Butantan.
“A construção desta nova fábrica é um passo muito importante no enfrentamento da pandemia no Brasil e no mundo e consolida o Instituto Butantan como uma liderança mundial em desenvolvimento e inovação tecnológica na área da saúde” destacou o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.
Segundo ele, a fase da produção que será feita no Brasil engloba a formulação do produto, envase e rotulagem. Como o Butantan é produtor de outras vacinas, essas etapas podem ser feitas em outras fábricas do instituto já em funcionamento. “Nós temos duas linhas de produção de formulação e envase com capacidade para 1 milhão de doses por dia”, disse.
Passará por esse processo a matéria-prima que o Butantã deverá receber da China nas próximas semanas para a produção de 40 milhões de doses. Outros 6 milhões de doses chegarão já prontas do país asiático.
Covas explica que o processo completo de produção da vacina não é tão simples quanto a fase final. Ele envolve cultivo do vírus em células e posterior inativação do patógeno para ser usado no produto (a presença do vírus na vacina, ainda que morto, é o que leva ao desenvolvimento de anticorpos). “O ciclo completo de produção leva cinco meses”, explica.
Primeiras doses chegam em novembro
Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (9), o governador de São Paulo, João Doria, anunciou que as primeiras 120 mil doses da vacina CoronaVac chegarão no dia 20 de novembro ao estado. Segundo o governador, são esperadas até o dia 30 de dezembro um total de 6 milhões de doses do imunizante utilizado contra o novo coronavírus.
A Coronavac está na fase 3 de testes, a última para comprovar sua eficácia, mas ainda não tem data para terminar. A aplicação das doses, que chegam prontas, também depende da aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em caso de reprovação, esses 6 milhões de doses não poderão ser aplicadas.
“A vacina só será levada a público após autorização final [da Anvisa]”, reiterou o governador. “Essa data está confirmada. A Anvisa já havia autorizado [a importação]”, disse Doria. “Agora, autoridades sanitárias da China deram autorização para importação pelo Instituto Butantan”.
As vacinas que chegarão até o final de dezembro fazem parte dos 46 milhões de doses comprados pelo governo de São Paulo.
Os primeiros 6 milhões de doses chegam prontos da China e ficarão armazenados sob responsabilidade do Instituto Butantan. Por questões de segurança, o estado não informa onde as unidades serão armazenadas. Em relação ao restante das vacinas, São Paulo receberá os insumos e técnicos do Instituto Butantan vão processar a CoronaVac nos laboratórios nacionais.
Dimas Covas declarou que o primeiro lote de insumos está previsto para chegar em 27 de novembro. A produção, segundo ele, começará 48 horas depois da chegada da matéria-prima.
A aquisição dos 46 milhões de vacinas custou US$ 90 milhões (cerca de R$ 479 milhões).
O presidente do Instituto afirmou na última quinta-feira (05) que os dados sobre a eficácia da Coronavac, podem aparecer “a qualquer momento”.
De acordo com o especialista, dos primeiros 9 mil voluntários, cerca de 2% apresentam incidência da infecção, o que significa que 180 pessoas foram infectadas pela Covid-19 ou estão em vias de infecção.
“A população escolhida foi a correta e os dados podem aparecer a qualquer momento”, disse Covas, que não vê necessidade e aumentar o número de voluntários para testagem devido aos bons resultados. Ao todo são 13 mil voluntários.