O governador da Bahia, Rui Costa (PT), criticou a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) por exigências “sem sentido” para a aprovação de vacinas contra a Covid-19 no atual contexto da pandemia no país. O governador condenou a cobrança pela realização da fase 3 de testes quando o imunizante tem o aval de uma agência internacional.
“O que a Anvisa tem buscado desde o início da pandemia é sempre desculpas para não realizar o que tem que fazer”, afirmou o governador em entrevista à CNN. “A Anvisa insiste que só vai permitir o uso da vacina para quem fizer a 3ª fase no Brasil. E se todos os países do mundo fizerem essa exigência? Levaria cinco anos e o planeta não seria imunizado. Não tem o menor cabimento”, diz Rui Costa.
O governo da Bahia tem acordo de cooperação com o laboratório Gamaleya, produtor da Sputnik V, para o fornecimento de 50 milhões de doses. O governo entrou com uma ação no STF para conseguir comprar a vacina.
O ministro Ricardo Lewandowski determinou um prazo de até cinco dias para que a farmacêutica União Química detalhe as informações enviadas à Anvisa. ´”O que pedimos é que a Anvisa se debruce sobre os estudos [feitos na Rússia] e diga se a qualidade da vacina é boa ou ruim, se é segura ou não, se tem eficácia ou não. Não que a Anvisa fique colocando dificuldade para que tenhamos mais vacinas no Brasil”, disse Rui Costa.
O governador defende que o Brasil precisa ter acesso ao maior número de imunizantes possível, para além da CoronaVac, do Instituto Butantan, e da vacina Oxford/AstraZeneca, que será produzida no Brasil pela Fiocruz.
“Precisamos viabilizar duas, três, quatro opções de vacina para imunizar mais rapidamente e salvar vidas. Nenhum laboratório sozinho terá capacidade de imunizar a população mundial”, disse Rui Costa.