O juiz considerou o assalto que Lai Xiaomin acarretou aos cofres públicos em troca de vultuosa propina como causador de “grande prejuízo ao povo chinês”
Acusado de açambarcar 1,8 bilhão de yuans (R$ 1,52 bilhão) através de receptação de suborno e outros artifícios corruptos o diretor executivo do banco estatal chinês, Huarong, foi executado nesta sexta-feira (29), após ter os seus direitos políticos suspensos e todos os seus bens confiscados. Conforme as autoridades, o criminoso vinha dirigindo o banco Huarong, chave na administração de fundos estatais do país, “de maneira cega e desordeira”.
“O tratamento severo dado a Lai Xiaomin reflete a forte determinação do Comitê Central, com o presidente Xi Jinping como o centro, para administrar o Partido Comunista e sua tolerância zero na punição da corrupção”, defendeu a direção do Huarong.
O Supremo Tribunal Popular da China denunciou que como presidente do banco estatal, Lai Xiaomin aceitou ou solicitou, diretamente ou por meio de terceiros, dinheiro e ativos em subornos entre 2008 e 2018, quando era regulador bancário. Além disso, se aproveitou de sua posição superior para desviar outros 25,13 milhões de yuans (cerca de R$ 21,4 milhões) de fundos públicos, caracterizado como “apropriação indébita”.
Para o juiz do caso, o enorme volume de subornos, as conspirações criminosas graves, o imenso impacto social negativo e as grandes perdas para o país e para o povo chinês são os quatro principais fatores que resultaram na sentença de morte de Lai. “O valor de propinas foi o mais elevado desde a fundação da República Popular da China em 1949”, condenou o juiz, frisando que foram fruto da manipulação unilateral desde a arrecadação de fundos e projetos de contratação até a obtenção de promoções e transferências de cargos.
“Lai Xiaomin era fora da lei e extremamente ganancioso. O dano social foi enorme e os crimes, extremamente graves, e ele deve ser punido severamente de acordo com a lei”, já havia declarado em sua sentença o Tribunal Popular Intermediário de Tianjin.
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Numa confissão transmitida pela TV estatal chinesa há um ano, Lai Xiaomin mostrava imagens de um apartamento em Pequim com armários cheios de maços de dinheiro. Na oportunidade, a televisão também exibiu carros luxuosos e barras de ouro que recebeu como suborno.
Além disso, foi acusado de bigamia, mantendo relações fora do casamento, com quem teve filhos. Por violar as regras da legenda e de atentar contra o interesse coletivo na direção do banco, Lai foi expulso do Partido Comunista em 2018.