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Em um comunicado interno, o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) alerta que, em virtude de “grave restrição orçamentária”, haverá comprometimento de diversas atividades desempenhadas pela instituição.
O Inpe é responsável pelo monitoramento da Amazônia e do Cerrado, e acompanha diariamente os índices de desmatamento, além de investir em pesquisas nas áreas de ciência espacial e da atmosfera, meteorologia e tecnologia espacial.
No início deste ano, o órgão foi o responsável pelos dados que apontam para a grave situação dos biomas brasileiros, que tiveram em 2020 o maior número de queimadas e desmatamento dos últimos dez anos.
“Estão suspensas temporariamente as aprovações de despesas discricionárias em sentido amplo”, diz o documento. Entre os cortes, estão despesas com deslocamentos terrestres, diárias e passagens, aquisição de materiais de consumo, além de publicação de artigos científicos, reembolsos e contratações.
Segundo a instituição, a medida seria pelo atraso na aprovação da lei orçamentária de 2021, que deixou o órgão sem a verba esperada para este ano e, portanto, serão preservados apenas os “serviços e atividades essenciais ao funcionamento do Inpe”.
Além da indefinição quanto à lei orçamentária de 2021, no início de dezembro do ano passado, o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontos, responsável por repassar verbas para o Inpe, já havia anunciado cortes de cerca de 15% no orçamento do órgão. Assim como o Governo Federal também cortou verbas do orçamento do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) para 2021.
Conforme afirmou ao G1 a pesquisadora Luciana Gatti, a falta de verba, independente da aprovação das diretrizes orçamentárias, já era esperada, já que o orçamento deste ano é menor do que o de 2020, que já foi deficitário.
Segundo ela, a política do Governo Federal, “está levando a ciência brasileira à falência. As verbas estão sendo reduzidas ano a ano e estamos funcionando com o mínimo do mínimo e não temos nem como manter equipe de limpeza de mato alto, por exemplo. Não investir em ciência é suicídio”, afirmou.
“Estamos vivendo um desmonte, funcionando com o mínimo e podendo não ter mais como operar muito em breve”, afirmou o vice-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial (Sindct), Fernando Morais.