As fundações partidárias do PSB, PDT, PV, PCdoB, PSol, PT, Cidadania e PROS participaram da live do Observatório da Democracia, que denunciou os crimes de Jair Bolsonaro contra a saúde pública e a vida dos brasileiros.
Cristovam Buarque, ex-ministro da Educação e ex-senador, que falou em nome da Fundação Astrojildo Pereira, do Cidadania, considera Bolsonaro “responsável não só pelos quase 300 mil mortos, mas também pela desarticulação da máquina do Estado, pela transformação do Brasil em um país pária internacionalmente, pela destruição das florestas, pelo descalabro geral que ele representa”.
O presidente da Fundação Maurício Grabois, do PCdoB, Renato Rabelo, disse que estamos vivendo o maior colapso da Saúde da história do Brasil porque Jair Bolsonaro “e seu grupo agem diretamente numa atitude negacionista, obscurantista e irresponsável”.
“O presidente da República chega a ocupar o lugar ultrajante de charlatão de remédios. Isso está levando o país a um genocídio, cujo protagonista é Jair Bolsonaro”.
Para o economista Nilson Araújo, “a mente doentia do presidente da República, ao sabotar conscientemente as medidas recomendadas para proteger a vida das pessoas, ao proibir o seu ministro da Saúde, que agora já mudou de novo, de comprar as vacinas em tempo hábil, ao vetar um dispositivo da lei que permite os governadores e prefeitos de comprarem vacinas, engendrou essa tragédia humanitária”.
O ex-senador e ex-ministro da Educação, Aloizio Mercadante, da Fundação Perseu Abramo, do PT, disse que Bolsonaro promoveu aglomerações e se recusou a comprar vacinas oferecidas no ano passado, o que atrasa e impede a vacinação hoje.
Para combater o bolsonarismo, é preciso unidade entre os que são contrários a ele, afirmou. “Não estamos olhando para o passado que nos divide e nem para as diferenças que continuam existindo, nós estamos buscando construir o que é unitário”, apontou.
Henrique Matthiesen, da Fundação Leonel Brizola, do PDT, chamou o momento que estamos vivendo de “era do absurdo”.
Matthiensen citou as ameaças bolsonaristas contra a médica cardiologista Ludhmila Hajjar, que foi cotada para assumir o lugar de Eduardo Pazuello. Bolsonaristas tentaram entrar no hotel em que ela estava, em Brasília, porque defende a quarentena e a vacinação em massa.
Para o pedetista, Bolsonaro é “incompatível com a civilização. É tirar esse cara da Presidência da República e termos uma política de saúde que salve a vida de brasileiros”.
Alexandre Navarro, da Fundação João Mangabeira, do PSB, disse que a prova de que o governo Bolsonaro não está preocupado com a economia é o crescimento da pobreza e a volta da inflação, atingindo os mais pobres.
Navarro alegou que não há contradição entre defender a saúde da população e a economia e que os dois problemas deveriam ser tratados juntos.
Representando a Fundação Lauro Campos/Marielle Franco, do PSol, Francisvaldo Mendes falou que Bolsonaro lidera um “governo que nega a Ciência, a forma de fazer prevenção para que as pessoas não adquiram a doença, e que ainda joga contra os governadores, que estão tentando fazer alguma coisa”.
Mendes criticou o fato de Jair Bolsonaro estar tentando destruir a máquina pública “quando o Estado deveria intervir fortemente na economia, aprovando o auxílio emergencial. É necessário um auxílio emergencial que dê dignidade às pessoas”.
Essa tragédia “tem um responsável, que é Jair Messias Bolsonaro”, concluiu.
Na visão de Felipe Espírito Santo, da Fundação da Ordem Social, do PROS, “o governo atual faz questão de errar. Isso por causa de seu negacionismo e autoritarismo”.
Felipe disse que o governo Bolsonaro tenta passar a ideia de que estamos em uma situação confortável. “Nós não estamos em uma situação confortável, estamos em uma situação extremamente ruim, de sofrimento, e que vai acarretar outras crises, como o colapso econômico”.
O último orador do evento, José Carlos, da Fundação Verde, do PV, afirmou que Bolsonaro “teve todas as chances de falar com a nação e de liderar o país em busca de solução para a pandemia. Toda a sociedade teve bom senso e bondade de esperar o presidente entender a realidade do problema e ele não entendeu, continua não entendendo”.
O evento serviu para o lançamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para colocar a vida como direito democrático e constitucional, caracterizando que o atentado a ela – como permitir e incentivar que uma pandemia se alastre sem barreiras pelo país, seja considerado crime de responsabilidade.
O debate foi intermediado por Renata Mielli, do Barão de Itararé.
PEDRO BIANCO