Engrossando os protestos que mobilizam os profissionais da segurança pública em todo o país contra o governo federal, policiais civis e federais cruzaram os braços em frente às delegacias, na quarta-feira (17).
No mesmo dia, uma grande carreata em Brasília, organizada pela União dos Policiais do Brasil, mobilizou a categoria contra a PEC 186, que prevê congelamento de salários e impedimento à contratação de novos servidores por até 15 anos.
Os policiais também reivindicam direito à prioridade na vacinação, já que atuam na linha de frente e seguem no fim da lista para a vacinação contra a Covid-19. Segundo o vice-presidente da Associação dos Escrivães, Gilberto Artero, “estão morrendo mais policiais de coronavírus do que no exercício da profissão”.
No ato dos policiais em frente ao prédio da Cepol, em Campo Grande (MS), o diretor do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), Tony Messias Lopes, afirmou que “a paralisação é um sinal de alerta ao Governo Federal”. Segundo ele, a PEC “prejudica policiais de todas as categorias”.
Na segunda-feira (22), uma nova mobilização dos servidores da segurança pública vai acontecer em todo o país, em cada uma das unidades de trabalho.
A manifestação é convocada pela União dos Policiais do Brasil (UPB), que reúne mais de 20 entidades representativas de carreiras da segurança pública.
“O objetivo da manifestação é chamar atenção da sociedade e das autoridades para os inúmeros retrocessos que a categoria vem sofrendo com seguidas propostas do governo federal contra os servidores públicos”.
“Dentre os retrocessos estão perdas de direitos e prerrogativas, que começaram na Reforma da Previdência, passaram pela Lei Complementar 173 e, mais recentemente, com a EC Emergencial. Agora, se avizinha mais uma proposta cheia de riscos para o serviço público: a Reforma Administrativa”.
“A proposta prevê, entre outros pontos, diversos prejuízos e riscos para as carreiras da segurança pública como o fim da estabilidade, a adoção do vínculo de experiência e a possibilidade de criação e extinção de cargos de chefia por decreto”, afirma a UPB.