Governo Bolsonaro demorou para aderir ao consórcio e comprou somente 42 milhões das 200 milhões de doses que Brasil teria direito
O Brasil recebeu no último domingo (21) o primeiro lote de vacinas contra Covid-19 provenientes do consórcio Covax-Facility. Foram 1.022.400 doses da vacina Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19. A chegada das vacinas foi confirmada pela representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Galiano.
“É com satisfação que informamos que o primeiro embarque, referente a 1.022.400 doses da vacina contra Covid-19, adquiridas através do mecanismo Covax, chegará ao Brasil no dia 21 de março de 2021”, disse Galiano em carta ao Ministério da Saúde.
A Covax-Facility é uma aliança internacional da OMS que tem como principal objetivo acelerar o desenvolvimento e a fabricação de vacinas contra a Covid-19. Trata-se de um consórcio internacional com o objetivo de garantir acesso igualitário à imunização.
O carregamento integra a primeira remessa da Covax-Facility ao Brasil, que totalizará 9,1 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca, a serem entregues até maio de 2021. De acordo com o contrato de adesão do Brasil à iniciativa, firmado em 25 de setembro de 2020, o país terá acesso a 42,5 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19.
RECUSA
O Brasil hoje poderia estar com um número muito maior de doses e de pessoas imunizadas, mas o governo Bolsonaro atuou deliberadamente para impedir os esforços de vacinação.
Em abril do ano passado, o país foi convidado a fazer parte da coalizão para garantir vacina contra a Covid-19 em abril do ano passado. Pelas normas da Covax, o país estaria entre os cinco primeiros a receber vacinas por sua população superior a 200 milhões de habitantes e poderia encomendar mais de 200 milhões de doses para garantir a primeira dose.
Em maio, Bolsonaro se recusou a integrar o consórcio. O que jogou novamente o país para o final da fila dos imunizantes. Apenas no início de março deste ano Bolsonaro sancionou a Medida Provisória que autorizou a adesão do país ao Covax. Pela Lei 14.121, de primeiro de março, o Brasil deve receber 10,6 milhões de doses de vacinas pela Covax no primeiro semestre. O acordo com a OMS prevê o recebimento de um total de 42 milhões de doses ao custo de R$ 2,5 bilhões.