O avanço da pandemia coloca o Estado mais populoso do país em uma situação critica. Com 1.021 mortes causadas pela Covid-19, São Paulo bateu recorde de óbitos causados pelo novo coronavírus em 24h, desde o início da pandemia. Os dados foram publicados pela Secretaria Estadual da Saúde na manhã desta terça-feira (23).
O Estado totaliza 68.623 óbitos em decorrência do coronavírus. Anteriormente, o recorde tinha sido registrado na terça-feira da semana passada, dia 16, com 679 mortes. As mortes não aconteceram, necessariamente, de um dia para o outro, mas foram computadas no sistema neste período.
Ao todo, São Paulo tem 29.039 pessoas internadas para tratar a Covid-19, sendo que 12.168 estão em unidades de tratamento intensivo (UTI), com a ocupação no estado chegando a 91,2%.
Nesta segunda, o estado completou 8 dias na fase emergencial, em que somente serviços emergenciais podem funcionar e o toque de recolher vale das 20h às 5h. Porém, no último fim de semana, a taxa de isolamento no estado chegou a 47% no sábado e 51% no domingo e os resultados são preocupantes.
Além da alta demanda por leitos de UTI, o governo estadual também está preocupado com a manutenção do fornecimento de oxigênio para São Paulo. Dos quase 29 mil pacientes internados com Covid nas unidades da rede estadual, 12.068 estão em UTIs, segundo o secretário de Saúde. Com isso, o aumento de demanda por oxigênio cresceu 45% nos últimos 30 dias.
Para evitar que São Paulo chegue ao caos que Manaus chegou, em Janeiro, o governador João Doria (PSDB) se reuniu com fabricantes do produto e Patrícia Ellen, secretária de Desenvolvimento, afirmou que as empresas garantiram o fornecimento de oxigênio às unidades hospitalares, mas como elas estão sobrecarregadas, o estado se mobilizou para identificar e solucionar os gargalos de logística e distribuição do insumo, acionando inclusive a iniciativa privada.
BRASIL
Na segunda-feira, durante entrevista à CNN Internacional, nesta segunda-feira. Doria criticou a atuação do governo federal no combate à pandemia e chamou Jair Bolsonaro “líder psicopata”.
“Estamos em um daqueles momentos trágicos da história em que milhões de pessoas pagam um preço alto por ter um líder despreparado e psicopata no comando de uma nação”, disse Doria.
O governador ainda apontou que muitas mortes poderiam ter sido evitadas se Bolsonaro tivesse “agido com a responsabilidade que o cargo lhe confere” e que o maior erro do presidente foi “ter uma disputa política com os governadores que estão tentando proteger a população”.
O Brasil atingiu na segunda-feira (22), o número de 2.305 mortes diárias, segundo média móvel de sete dias calculada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A média vem apresentando altas diárias consecutivas desde 22 de fevereiro, portanto há um mês.
O número de óbitos registrados ontem é 119% superior ao observado em 22 de fevereiro (1.052 mortes). Na comparação com 14 dias atrás (8 de março), quando a média chegou a 1.525, a alta é de 51%.
Ainda segundo os dados da Fiocruz, os casos chegaram a 75.416, segundo a média móvel de sete dias, o quinto dia consecutivo de recorde. O número é 61% superior ao de um mês antes (46.921) e 14% acima do observado 14 dias antes (66.380).
A média de móvel de sete dias, divulgada pela Fiocruz, é calculada somando-se os registros do dia com os seis dias anteriores e dividindo o resultado dessa soma por sete. O número é diferente daquele divulgado pelo Ministério da Saúde, que mostra apenas as ocorrências de um dia específico.