O medicamento hidroxicloroquina/cloroquina, o queridinho do presidente Bolsonaro no “combate” ao coronavírus, acaba de ser banido pela Associação Médica Brasileira (AMB) entre os fármacos para o tratamento da Covid-19.
Em um boletim para orientar médicos e pacientes em todo o país divulgado nesta quarta-feira (24), além de banir a cloroquina, a entidade também lista medicamentos como ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina como sem eficácia científica comprovada de benefício no tratamento ou prevenção da covid-19.
“A utilização desses fármacos deve ser banida”, afirma a AMB.
“Reafirmamos que, infelizmente, medicações como hidroxicloroquina/cloroquina, ivermectina, nitazoxanida, azitromicina e colchicina, entre outras drogas, não possuem eficácia científica comprovada de benefício no tratamento ou prevenção da COVID-19, quer seja na prevenção, na fase inicial ou nas fases avançadas dessa doença, sendo que, portanto, a utilização desses fármacos deve ser banida”, afirma o boletim.
No mesmo documento a AMP também conclama pela rápida vacinação dos brasileiros como a “medida ideal” no combate ao vírus e reitera a importância do isolamento social, do uso correto de máscaras, ventilação adequada de ambientes e outras medidas para evitar a disseminação da doença.
A entidade também faz um apelo às autoridades afirmando que “são urgentes esforços políticos, diplomáticos e a utilização de normativas/leis de excepcionalidade, para solucionar a falta de medicamentos ao atendimento emergencial de pacientes hospitalares acometidos pela COVID-19, em especial de bloqueadores neuromusculares, opioides e hipnóticos – indispensáveis ao processo de intubação de doentes em fase crítica”.
Rebatendo o que propagandeia Bolsonaro, com sua defesa do “tratamento precoce”, a entidade faz um alerta para as pessoas não se automedicarem, e que não usem corticoides, como a dexametasona, prednisona entre outros: “estes fármacos utilizados fora do período correto, especialmente no início dos sintomas, podem piorar a evolução da doença”.
O boletim, assinado por 16 membros do núcleo executivo do Comitê Extraordinário de Monitoramento Covid-19 da AMB, traz ainda “votos especiais” ao novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, empossado ontem (23) pelo presidente Bolsonaro quase secretamente, e ressalta que “os brasileiros almejam que vossa gestão ecoe e se guie exclusivamente pela voz da ciência”.
O documento clama ainda que o novo ministro seja “um exemplo de independência” no Ministério Saúde e na implantação de políticas e medidas consistentes e necessárias.