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A oitiva continua do ponto em que parou, retomando fila de 23 senadores que se inscreveram para questionar o ex-ministro
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello retorna ao Senado, nesta quinta-feira (20), para dar continuidade à oitiva mais aguardada da CPI da Pandemia. O depoimento do ex-ministro não se esgotou em um único dia de sessão no Senado. Prevista para durar apenas a quarta-feira (19), a fala prossegue nesta quinta-feira (20), a partir das 9h30, com governistas buscando manter a defesa de Pazuello e a oposição tentando explorar o que vê como “contradições” e mentiras do primeiro dia.
O depoimento vai recomeçar, uma vez que a etapa de oitiva alongada do relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), não está prevista para se repetir. A sessão continua do mesmo ponto que parou, retomando a fila de 23 senadores que se inscreveram para questionar Pazuello e ainda não conseguiram fazê-lo.
A sessão da quarta-feira foi suspensa diante da abertura da sessão deliberativa do plenário do Senado. Pelo regimento, as comissões não podem funcionar simultaneamente com o principal espaço de votação da Casa.
O plano inicial era retomar a reunião, mas o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), argumentou que a extensão da lista de espera e a expectativa de que a sessão do plenário não terminaria tão cedo fizeram com que ele desistisse da ideia.
No momento em que a reunião foi interrompida, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) fazia questionamentos duros ao ex-ministro. Braga afirmou que Pazuello está equivocado sobre a extensão da falta de abastecimento de oxigênio em Manaus e criticou a atuação do governo federal na crise.
De um lado, o ex-ministro dizia e insistia que a crise em Manaus durou apenas três Dias. De outro, o senador afirmava e provou, que a crise durou mais de 20 dias, sem com que o governo tenha tido iniciativa para evitá-la e depois debelá-la, sem os gravíssimos danos que causou a negligência do Ministério da Saúde, sob Pazuello.
Pazuello também se sentiu mal e foi atendido pelo senador e médico Otto Alencar (PSD-AM). Após atender Pazuello , declarou:
– Nós já fizemos o atendimento. Ele estava muito pálido, tonto. Ele teve uma síndrome vasovagal. O sangue deixa muito o cérebro, perde a consciência, fica tonto, e estava muito pálido, e a pressão caiu também. Deitamos ele no sofá, o sangue refluiu para o cérebro, ele ficou corado, se recuperou, estava respirando muito bem, podia perfeitamente continuar a oitiva. Foi suspenso (o depoimento), mas não foi por nenhuma sequela.
Soube-se depois que Pazuello negou ter passado mal.
Ao saber da negativa do ex-ministro, Otto Alencar comentou que “até em problema de doença ele nega”. “Ele negou tanto na CPI que agora decidiu mentir até sobre o seu estado de saúde”, afirmou o senador.
“Eu sou médico, fui chamado para atendê-lo, ele estava passando mal, não posso mentir sobre isso, mas se recuperou depois dos procedimentos. Já estava até pronto para seguir o depoimento se fosse o caso”, acrescentou.