A partir da próxima terça-feira (25), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) retomará a produção da vacina AstraZeneca com os insumos do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) recebidos da China, no último sábado (22). Com a nova remessa, poderão ser produzidas 12 milhões de vacinas.
Na terça-feira (25), chega a São Paulo um novo lote de insumos para que o Butantan produza mais 5 milhões de doses da CoronaVac.
Com as novas remessas, de acordo com a Fiocruz, estão asseguradas a produção de vacinas até a terceira semana de junho e entregas ininterruptas até 3 de julho. Ao todo, já foram entregues ao Programa Nacional de Imunizações mais 41 milhões de doses da vacina. Isto corresponde a 45% das doses disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS).
Atualmente, a capacidade de produção da fábrica de BioManguinhos atinge cerca de 1 milhão de doses por dia. A Fundação também avança nos procedimentos para realizar a produção própria de IFA, que é o principal componente da vacina, e que deve ocorrer a partir do segundo semestre deste ano.
Já a CoronaVac do Instituto Butantan, que está com a produção interrompida desde o dia 13 de maio, receberá nesta semana 3 mil litros de insumos para retomar a produção e entregar 5 milhões de doses do imunizante. Segundo o governo de São Paulo, a carga com insumos para a CoronaVac está prevista para chegar no país nesta terça-feira (25).
As novas remessas de insumos vindos da China serão fundamentais para dar continuidade na imunização dos brasileiros. A entrega do IFA para a produção das vacinas AstraZeneca e CoronaVac havia sido confirmada pelo embaixador chinês no Brasil Yang Wanming durante reunião com governadores brasileiros na última sexta-feira (21).
O encontro foi feito a pedido do Fórum dos Governadores após os repetidos ataques do governo federal contra a China. Na avaliação dos gestores estaduais, Bolsonaro faz um esforço para sabotar a aquisição de imunizantes.
Durante a reunião, os governadores agradeceram o empenho e a parceria da China no combate à pandemia de coronavírus.
As ações de solidariedade, no entanto, se esbarram em sérias dificuldades por parte do governo federal. Ao comunicar a chegada dos insumos, no sábado (22), o perfil oficial do Ministério da Saúde no Twitter criou uma nova crise diplomática ao anunciar a vinda das vacinas “do exterior”, ignorando que toda a carga veio da China.
O embaixador chinês, Yang Wanming, reagiu com ironia à postagem do Ministério da Saúde e citou um dos mais importantes filósofos do país: “Confúcio disse: feito para amigos, fiel à sua palavra”.
O titular do Ministério, Marcelo Queiroga, respondeu à critica do embaixador chinês agradecendo o apoio. “Agradecemos sempre o apoio do senhor nesse momento de dificuldade sanitária. O Ministério da Saúde espera ter sempre a sua parceria para essa e futuras ações.
Wanming aceitou o pedido indireto de desculpas de Queiroga: “Estimado ministro, diante esse desafio sanitário, estamos unidos e comprometidos para vencer em conjunto a luta contra a Covid-19”.
Em resposta a outra publicação, do Ministério das Relações Exteriores, o embaixador respondeu com cordialidade: “A China está altamente comprometida com a parceria de vacinas com o Brasil a fim de contribuir, dentro do seu alcance, para que o Brasil possa vencer a pandemia o mais cedo possível”.