A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e de prisão contra o secretário estadual de Saúde, Marcellus Campelo.
A PF procurou Marcellus Campelo em três endereços, mas ele não foi encontrado. Campelo continua foragido.
Ao todo, foram cumpridos 25 mandados, sendo 19 de busca e apreensão e seis de prisão temporária. Os nomes de outros alvos não foram divulgados.
O que está sendo investigado é o desvio de dinheiro nos contratos firmados pelo governo do Amazonas em janeiro, pouco antes do colapso do sistema de saúde do Estado. A PF sequestrou R$ 22,8 milhões em bens e valores.
“Há indícios de que funcionários do alto escalão da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas realizaram contratação fraudulenta, para favorecer grupo de empresários locais, sob orientação da cúpula do governo do Estado, de um hospital de campanha que, de acordo com os elementos de prova, não atende às necessidades básicas de assistência à população atingida pela pandemia”.
Segundo a subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, a “Polícia Federal foi recebida a tiros” pelo empresário Nilton Costa Lins Júnior, que participou do esquema de corrupção no Amazonas, enquanto realizava o mandado de busca e apreensão. “Foi uma situação bastante constrangedora e perigosa em Manaus”.
Os mandados cumpridos na manhã da quarta-feira (2) são referentes à quarta fase da Operação Sangria. Essa fase está investigando fraudes na contratação de serviços para o Hospital de Campanha Nilton Lins, em Manaus.
Para o serviço de limpeza, o sobrepreço foi de mais de R$ 1,9 milhão, relativo a 539% a mais do que no hospital de referência.
Por conta do avanço nas investigações, o depoimento do governador Wilson Lima na CPI da Pandemia, que estava marcado para o dia 29, foi adiantado para a outra quinta-feira (10).