A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia aprovou, na quarta-feira (7), a convocação do reverendo Amilton Gomes de Paula, da ONG Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), que negociou vacinas no lugar do Ministério da Saúde.
Amilton Gomes de Paula fez parte da negociação para compra de doses da AstraZeneca, através da empresa Davati Global Supply, na qual o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, pediu propina de US$ 1 por dose. O negócio não foi para frente.
Através da ONG presidida pelo reverendo Amilton, o representante da Davati, Luiz Dominguetti, conseguiu acesso ao Ministério da Saúde e marcou reuniões. Foi em uma reunião com Roberto Dias, em Brasília, que ele recebeu o pedido de propina.
Amilton Gomes de Paula recebeu autorização do diretor do Departamento de Imunização do Ministério, Lauricio Cruz, para negociar a compra da vacina em nome do governo Bolsonaro. Isso é comprovado por emails que foram divulgados pelo Jornal Nacional, da TV Globo.
Em fevereiro de 2021, Lauricio Cruz agradeceu Amilton Gomes pela disponibilidade na “na apresentação da proposta comercial para fornecimento de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca”.
Em março, Amilton recebeu o aval para negociar a compra de vacinas em nome do governo Bolsonaro. Mais tarde, o reverendo informou Lauricio que “as negociações estão em estágio final e a expectativa é que o contrato seja assinado em 12 de março de 2021”. O contrato, entretanto, não chegou a ser fechado.
O valor da venda seria de US$ 17,5 por dose. O preço pago pelo Ministério da Saúde em janeiro, na compra feita pela Fiocruz, foi de US$ 5,25.