Depois do Ministério da Saúde gastar US$ 500 mil, cerca de R$ 2,6 milhões, da Fiocruz para tentar buscar 2 milhões de doses de vacinas na Índia e não conseguir, o Ministério das Relações Exteriores conseguiu fazer a mesma logística por 10% do preço.
O ministro da Saúde era Eduardo Pazuello.
Em janeiro, o governo de Jair Bolsonaro, através do Ministério da Saúde, fez com que a Fiocruz gastasse R$ 2,6 milhões para fretar um avião que iria buscar as duas milhões de doses. O valor foi pago com adiantamento e não havia chance de reembolso.
O objetivo de Bolsonaro era fazer com que as doses da vacina AstraZeneca fossem aplicadas antes da CoronaVac, que foi desenvolvida pelo Instituto Butantan, de São Paulo. A CoronaVac foi a primeira vacina aplicada no Brasil, no dia 17 de janeiro.
Jair Bolsonaro enviou uma carta para o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi “recordando a importância do prazo do dia 20”. Modi respondeu que podia “comprometer-se ainda com datas”.
O governo indiano ainda falou que a operação devia ser feita em sigilo. Entretanto, o avião fretado carregava as palavras “Vacinação” e “Brasil imunizado”.
Depois das “trapalhadas” do Ministério da Saúde, o Itamaraty negociou diretamente com o Ministério das Relações Exteriores da Índia. As vacinas vieram para o Brasil no dia 22 de janeiro.
Para conseguir fazer o transporte em sigilo, o Itamaraty não informou o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, da operação. Foram gastos US$ 55 mil, ou R$ 288 mil, na importação dos imunizantes.
O Ministério da Saúde só foi informado quando as 2 milhões de doses estavam prestes a embarcar no avião da companhia Emirates, em Mumbai, na Índia.
O governo também chegou a contratar um avião da Azul para fazer o transporte, sem informar a Fiocruz.
O avião foi para a Índia no dia 14 de janeiro, pegando o país de surpresa.