O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), avaliou que a abertura de um processo de impeachment contra Jair Bolsonaro é oportuna.
Para o ex-governador, as falas de Bolsonaro são “aposta macabra e suicida, resta saber se é sincera ou mais um blefe. Os covardes costumam blefar”.
“Uma coisa é o presidente da Câmara processar o impedimento, despachar que é praticável e, daí, tem um longo processo. O presidente da Câmara apenas inaugura o processo, o primeiro ato é constituir comissão mista, isso é muito importante”, disse Ciro em entrevista ao portal UOL.
Para o ex-governador, a abertura do processo “é uma aposta na qual o Brasil só ganha”. Isso porque a intenção de impedir poderia fazer o presidente “moderar, passar a tentar a se acertar, o Brasil ganha com isso e nas eleições faz sua mão saneadora”, no caso do impeachment não ser concluído.
“Se não moderar, tem esse mecanismo que evita curto-circuito e acabou, por aí o país também se reconcilia. É indesculpável não avaliar isso”, defendeu.
Ciro avaliou que as manifestações de 7 de setembro foram uma tentativa de Bolsonaro parecer poderoso. “Como todo covarde e frouxo, essa demonstração de força é demonstração de fraqueza e isolamento”, falou.
Ele lembrou que importantes políticos que apoiam o presidente estavam ausentes. “Os políticos antes de mais nada têm instinto de sobrevivência”, apontou.
Sobre as eleições de 2022, Ciro defendeu a união das forças democráticas. “Todos os democratas do Brasil precisam se reunir para proteger a democracia”, reforçou.
Para Ciro, o maior erro dos candidatos brasileiros é “fazer um juízo mesquinho do nosso povo”.
Na análise do político, a população está “comendo o pão que o diabo amassou” e disse que nunca viu “o espectro da fome tão pesado quanto agora”.
“O Bolsonaro do jeito que está no Nordeste vai sair devendo ponto no Ibope. As pessoas são frágeis, pobres e humildes, mas têm dignidade. O apelo por mudança é maior aqui do que em qualquer lugar do Brasil”, completou.