“Eu acho que seria bom o surgimento de uma terceira via para o país. Não acho que seria saudável para a democracia brasileira que fosse uma disputa entre Lula e Bolsonaro”, acrescentou o ex-governador
O ex-governador Tarso Genro, ex-presidente nacional do PT e ex-ministro da Justiça, afirmou, em entrevista ao site UOL, que não seria saudável para a democracia brasileira que a eleição de 2022 fosse uma disputa entre Lula e Bolsonaro. Para ele, o surgimento de uma terceira via, isto é, um nome que possa concorrer em condições de igualdade contra os dois líderes nas intenções de voto, seria de fundamental importância para a democracia.
“Eu acho que seria bom o surgimento de uma terceira via para o país. Não acho que seria saudável para a democracia brasileira que fosse uma disputa entre Lula e Bolsonaro. Bolsonaro tem que ser derrotado antes por impeachment ou politicamente nas eleições para não participar do segundo turno. Seria uma limpeza do protocolo político republicano do Brasil e das agressões que a extrema-direta tem feito a todas as instituições”, declarou Genro.
Na opinião do político gaúcho é natural que haja uma tendência à polarização no atual quadro político. Segundo ele as pesquisas que indicam Lula como preferido são previsíveis. Genro avalia que a comparação entre os dois governos é favorável a Lula. “O presidente Lula é o meu candidato, é a melhor possibilidade, óbvio”, salientou o ex-governador.
Além de apontar a necessidade da construção de um cenário de segundo turno com dois candidatos que atendam ao “padrão civilizatório” e estejam no campo democrático, o ex-ministro teceu críticas a eventuais relações que o próximo presidente possa estabelecer com o centrão.
“Não quero dizer que o Centrão seja a mesma coisa, que todos são cafajestes, corruptos, manipuladores, acho que o Centrão tem políticos tradicionais de todas as áreas, alguns desviam para a ilegalidade para seus interesses pessoais e é o que caracteriza a hegemonia do Centrão. O próximo governo não pode depender de uma relação espúria na política que tem caracterizado o presidencialismo de coalizão no Brasil”, disse Tarso Genro.