Nesse dia nacional de mobilização, milhares de pessoas se reuniram no Largo Glênio Peres, Centro Histórico de Porto Alegre, pelo impeachment de Bolsonaro. A concentração começou por volta das 15 horas e, em seguida, os manifestantes saíram em passeata pelas ruas da região, percorrendo as imediações do Mercado Público e da Trensurb, passando pela Av. Júlio de Castilhos e cruzando o Túnel da Conceição em direção ao Largo Zumbi dos Palmares, no bairro Cidade Baixa.
Os atos foram convocados nacionalmente por uma ampla gama de partidos e entidades. Dentre os partidos estão Cidadania, DEM, PSDB, MDB, PSD, PSL, PL, Podemos, Solidariedade, Novo, PSB, PDT, PCdoB, Rede, PV, PSol, PT, UP, PCO, PCB e PSTU. Também convocaram os atos as centrais sindicais, entidades estudantis e movimentos sociais.
O espírito da manifestação é de unidade contra aquele que já é considerado o pior dos governos desde a redemocratização do país.
O presidente estadual do PCdoB, ex-deputado estadual Juliano Roso, exaltando a aliança formada para garantir o impeachment, afirmou que “Bolsonaro um dia será julgado e condenado pelos crimes cometidos contra a saúde pública na gestão da pandemia.”
A deputada estadual, Juliana Brizola (PDT), também comemorou a unidade e disse que “nós temos divergências, é claro que temos, mas estamos unidos porque sabemos que a continuação de Bolsonaro na presidência da República significa a fome, a miséria, significa a morte de milhões e milhões de brasileiros.”
“Bolsonaro tem que sair algemado do Palácio do Planalto e nós do PDT temos muito importante para contribuir nessa luta, porque nós viemos de longe, Leonel Brizola já liderou a campanha da legalidade, enfrentou os poderosos e nós não temos medo. Estamos juntos porque sabemos que é algo muito maior, que nós temos que salvar o povo brasileiro da morte, da falta de comida, da falta de emprego – são 14 milhões de desempregados neste Brasil”, completou a parlamentar.
“O povo brasileiro não aguenta mais, ele quer voltar a ser feliz, ter esperança e dignidade. Esse governo genocida, que já matou 600 mil pessoas, fez o país voltar a conviver com a fome e a miséria, não pode continuar”, destacou o deputado federal Paulo Pimenta (PT).
Anderson Farias, presidente da União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas de Porto Alegre (UMESPA), comemorou que nesses atos tenham contado com mais grupos políticos pelo país a fora. “Hoje é mais um dia em que os estudantes, movimentos sociais, trabalhadores e partidos políticos se unem contra essa política genocida do governo Bolsonaro. Estamos nas ruas independentemente das divergências para derrubar Bolsonaro e essa política que já matou quase 600 mil pessoas”, disse Anderson.
Thaís Jorge, vice-presidente da União Estadual dos Estudantes do Rio Grande do Sul (UEE-RS), afirmou que “os atos de hoje foram mais uma demonstração do tamanho da indignação do povo frente aos ataques do Governo Bolsonaro. Ocupar as ruas ao lado de todos aqueles que defendem a democracia, sem exceções, é a única forma de superarmos o fascismo e vencermos a crise. Frente Ampla para que nossas mobilizações sejam cada vez maiores até que Bolsonaro caia!”
“Basta dessa família de criminosos, basta de usar o povo como cobaia. Ninguém aguenta mais um gás de cozinha a mais de R$100. Ninguém aguenta mais esse governo de delinquentes”, disse a deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL).
O presidente sessão gaúcha da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-RS), Guiomar Vidor, denunciou os ataques de Bolsonaro ao povo desde o início de seu governo. “Voltamos às ruas porque, infelizmente, faz 1000 dias desse governo do terror de Bolsonaro. Um governo que levou à morte por irresponsabilidade mais de 600 mil brasileiros e brasileiras. Um governo que acabou com o direito à Previdência, que acabou com a CLT e que na verdade tem tramado contra a saúde, a educação e a vida dos brasileiros e brasileiras”.
“A nossa luta é buscar a mais ampla unidade dos trabalhadores, dos setores democráticos, de todos aqueles que querem derrubar Bolsonaro, porque agora a palavra de ordem é impeachment, já”, completou Guiomar.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores no Rio Grande do Sul (CUT-RS), Amarildo Cenci, afirmou que “Bolsonaro brincou com a vida do povo brasileiro, não comprou vacina, comprou cloroquina e lidou com propina na compra do remédio. Desemprega, mata o povo de fome e a carestia aumenta com o preço dos alimentos e o custo de vida, ataque diuturnamente a nossa Constituição e nossas instituições, por essas razões, e muito mais nós teríamos motivos suficiente para que o Congresso Nacional cassasse o presidente da República. Mas ele só será impeachmado se nós nos mantivermos nas ruas, porque as ruas são a ressonância de como podemos tirar Bolsonaro da presidência da República. Por isso estamos aqui unificados.”