Os protestos e a paralisação nacional dos caminhoneiros autônomos, iniciados na madrugada do dia 1º, afetou as entradas e saídas de cargas do Porto de Santos na segunda e durante esta terça-feira (2), e deve prosseguir nos próximos dias.
Os caminhoneiros reivindicam redução do preço do óleo diesel, com mudança no cálculo de cobrança dos combustíveis, pagamento de um valor mínimo para o frete, e aposentadoria especial após 25 anos de trabalho, entre outras pautas.
“Vamos ficar até a negociação com o governo. O caminhoneiro está parando agora porque não consegue trabalhar mais. Se não puder reivindicar os direitos, não vai ter como trabalhar depois”, afirmou o presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam), Luciano Santos de Carvalho.
A região foi reforçada com aparato policial para impedir que os caminhoneiros façam bloqueios ou sequer consigam conversar com outros trabalhadores. A categoria está sob ameaça de multas que podem chegar a até R$ 100 em caso de mobilizações e bloqueios de estradas. Na noite de segunda-feira, a polícia chegou a dispersar os trabalhadores com bombas de efeito moral.
Para o caminhoneiro Marcelo Aparecido Santos da Paz, de Santos, que resolveu aderir à greve, “está inviável trabalhar”.
Marcelo, que diz ter votado em Bolsonaro, afirma que entre a categoria, que, segundo ele, “são base do governo, porque 90% votaram nele”, existe “muita decepção com o Governo”.
Apesar da forte repressão sobre os grevistas e manifestantes, o diretor do Sindicam, Romero Costa, diz que “a adesão vai aumentar a partir de amanhã (quarta-feira)”.”Não vamos sair daqui. Na sexta-feira (5), já tem um aumento do diesel. Isso afeta todo mundo, porque sobe o preço de tudo. Ninguém aguenta. Não é só a gente”, diz.
O caminhoneiro Cláudio Massud, que trabalha há mais de duas décadas na estrada, afirma: “a gente trabalha e ganha em real, mas paga combustível em dólar. Não vivo nos Estados Unidos”, queixa-se.