500 servidores já entregaram cargos de gerência em protesto
O presidente do Sindicato Nacional dos Servidores do Banco Central (SINAL), Fábio Faiad, declarou em entrevista ao HP que os servidores federais têm, no mínimo, três anos sem reajuste. Para Faiad, a situação é absurda. “E diante disso, estão dando reajuste só para esse grupo da Polícia Federal, para tentar formar uma base eleitoral nas eleições de 2022”. E garantiu: “Vamos à greve no dia 18 de janeiro”.
Fábio afirmou que o sindicato já tem a adesão de 500 servidores para a entrega de cargos de gerência. Esclareceu serem 3.500 servidores. “Mil, com funções gerenciais, são da lista de entrega das funções. Os outros 2.500, são da lista da não assunção”. E explicou: “Não adianta os mil com funções gerencias entregarem os cargos, mas os colegas aceitarem substituí-los”.
Nesta terça-feira (11), Faiad se reuniu com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Contou que foi recebido “com muita cortesia”, mas nada se resolveu sobre o aumento. “Estamos tentando negociar desde o ano passado e não nos receberam. Então, em janeiro, serão dois movimentos: a greve dia 18, das 10h às 12h, com concentração em frente ao Banco, e depois, no Ministério da Economia. O outro movimento será consolidar o apoio de todos à lista de adesão à entrega das comissões.
Segundo Fábio, “o grande malefício para o Brasil é a PEC 32”, Proposta de Emenda Constitucional, idealizada por Paulo Gudes e Cia, que, modificada no Senado, não voltou para Câmara. Para o presidente do SINAL, “a PEC quer privatizar parte dos serviços públicos e vai derrubar a qualidade e aumentar os custos”. O outro objetivo, disse, “é destruir o concurso público e colocar temporários no lugar”, sem concursos. “Foi uma vitória não ter ido à votação final na Câmara? Foi uma vitória, mas não podemos correr riscos. A PEC tem que ser derrotada integralmente. Foi para isso que nós lutamos”, concluiu Fábio.
CARLOS PEREIRA