O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), que deve disputar o governo mineiro nas próximas eleições, afirmou que “conversa com todos” os presidenciáveis, “menos com Bolsonaro”.
Kalil falava em entrevista ao Jornal Estado de S. Paulo sobre possíveis alianças com candidatos à Presidência nas eleições de 2022. Ele também disse que pode “ficar neutro”, mas ainda não se decidiu.
“Com Jair Bolsonaro eu não converso porque, quando eu queria conversar para ajudar Belo Horizonte, ele não me recebeu. Ao contrário, seja Ciro [Gomes], [Fernando] Haddad, Lula, Marina [Silva], [João] Doria, [Rodrigo] Pacheco, eu converso com todo mundo.”
Kalil afirmou que recebeu uma ligação do ex-presidente, mas que o assunto foi futebol. “O Lula me deu um telefonema quando o Atlético foi campeão brasileiro”, disse ele, que foi presidente do Clube Atlético Mineiro entre 2008 e 2014.
Alexandre Kalil foi eleito prefeito em 2016 e reeleito em 2020. Hoje, porém, busca se colocar fim no rótulo de “antipolítico”. “Entendi que a política pode ser feita para melhorar a vida das pessoas”.
“A política tem que fazer parte. Fui antipolítico porque não era político. Não sabia o que era a boa política. Mas entendi que a política pode ser feita para melhorar a vida das pessoas. Acho que a nova política é se apresentar como quem fez o quê. O Bolsonaro vai mostrar o que fez, o Lula vai mostrar o que fez, o Kalil vai mostrar o que fez. Esse papo de falar o que vai fazer não cola mais”, disse Kalil.
Perguntado se a visão dele sobre o PT mudou, agora, pois nas últimas eleições, ele foi eleito fazendo criticas ao partido, Kalil foi categórico: “Nunca tive uma visão crítica de nenhum partido. O que eu não deixei foi que pregassem a estrela do PT no meu peito como quiseram. Nunca tive visão radical contra PT e PSDB. Tenho divergências pessoais nos dois partidos, mas tenho também amigos fraternos em ambos”.
Kalil foi eleito para a prefeitura de Belo Horizonte em 2016 e reeleito em 2020. Seu nome é cotado para o governo do Estado, mas como Minas Gerais ainda sofre com as chuvas, ele classifica como “um despautério se falar em campanha eleitoral até março”, quando o volume de chuvas deve começar a cair.
DEMAGOGIA
Questionado sobre a resposta do governo Bolsonaro para as chuvas que afetam o estado, Kalil afirmou: “Quando o governo federal veio sobrevoar a tragédia em Belo Horizonte, em 2020, foi prometido R$ 1 bilhão. BH recebeu R$ 7 milhões. A partir desse momento, aprendi que voar de helicóptero não é vontade política. É uma viagem demagógica e inútil. São três fatores importantes para a reconstrução: vontade política, dinheiro e capacidade de execução. E não mostraram nenhuma dessas três”.