Um menino de 9 anos foi assassinado a tiros na noite de quinta-feira (10), na frente dos pais, no município de Barreiros, em Pernambuco.
O crime bárbaro aconteceu por volta das 21h, quando sete homens encapuzados, fortemente armados, invadiram a casa do presidente da associação dos agricultores familiares, Geovane da Silva Santos, e atiraram no trabalhador rural, que foi atingido de raspão no ombro.
De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), os homens atiraram no filho do agricultor, que se escondia debaixo da cama com a mãe. A criança não resistiu aos disparos e morreu.
Os agricultores da região afirmaram que a casa do presidente da associação já foi alvo de outros atentados. A CPT denuncia que nos últimos anos a comunidade vem sofrendo diversas ameaças e violências por empresas que exploram economicamente a área, com intimidações, destruição de lavouras e com contaminação das fontes de água. “Disseram que era a polícia”, afirmou o pai do menino.
Segundo Lenivaldo Lima, advogado da CPT, a polícia realizou perícia no local do crime, na sexta-feira (11), e coletou o depoimento de dois vizinhos. A cena do crime não foi preservada até o momento da perícia, já que a família havia lavado o cômodo após a morte do menino.
Lenivaldo passou o dia todo no engenho, acompanhando a família. Ele diz que os moradores estão muito amedrontados e afirma que durante as conversas não surgiu outra possível motivação para o crime além do conflito agrário.
“Eles dizem ‘Como que isso pode ter acontecido? Uma família que não faz mal para ninguém, que não tem nenhum inimigo, nenhum desafeto'”, disse o advogado.
O advogado afirmou, ainda, que os pais estão muito abalados e que, por isso, não foram ouvidos pela polícia. A previsão é de que eles prestem depoimento na segunda-feira (14).
O Programa Estadual de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PEPDDH) planeja uma visita à comunidade neste sábado (12) para fazer uma escuta no local. De acordo com a CPT, a depender do caso, os moradores poderão ingressar neste programa ou no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas de Pernambuco. Se houver interesse dos moradores, eles poderão deixar o local e ingressar imediatamente no Núcleo de Acolhimento Provisório.