Esta missão tripulada com a nave Shenzhou-14 é a terceira do projeto da estação espacial chinesa e terá duração de seis meses para concluir a fase final de construção da Tiangong e realizar vários projetos científicos
A China lançou neste domingo a nave espacial tripulada Shenzhou-14, com três astronautas, incluindo uma mulher, à sua estação espacial Tiangong, para uma missão de seis meses. Esta é a terceira missão tripulada para o projeto da estação espacial chinesa e a 23ª desde a aprovação e lançamento do programa espacial tripulado.
A Shenzhou-14, no topo de um foguete transportador Longa Marcha-2F, partiu do Centro de Lançamento de Satélites de Jiuquan, no noroeste da China, às 10h44, hora local, de acordo com a Agência Espacial Tripulada da China (CMSA, em inglês).
Cerca de 577 segundos após o lançamento, a Shenzhou-14 se separou do foguete e entrou na órbita designada. Os membros da tripulação estão em boas condições de saúde e o lançamento foi um sucesso total, declarou a CMSA.
Os astronautas Chen Dong (comandante), Liu Yang e Cai Xuzhe vão trabalhar no módulo central de Tianhe, na Estação Espacial Tiangong, durante os próximos 6 meses. O retorno à Terra está marcado para dezembro. A 1ª missão durou 3 meses e foi concluída em setembro de 2021. A 2ª durou 6 meses e foi concluída em abril deste ano. Para 2022, a China programou 6 missões espaciais: 2 tripuladas (incluindo a deste domingo), 2 lançamentos de módulos de laboratório e duas missões de carga, segundo a CMSA
O objetivo desta missão é a conclusão da estrutura básica da estação espacial, composta pela cabine central Tianhe, incluindo a ligação de dois módulos de laboratório – Wentian previsto para julho e Mengtian em outubro ̶̶ , estabelecendo assim um laboratório espacial nacional.
LABORATÓRIOS PARA EXPERIMENTOS CIENTÍFICOS
O laboratório conterá 25 gabinetes para uma variedade de experimentos científicos, cada um dos quais podendo funcionar como um laboratório individual, afirmou Lin Xiqiang, vice-chefe do Escritório de Engenharia Espacial Tripulada da China, em entrevista Global Times.
O laboratório Wentian se concentrará principalmente no estudo das ciências da vida espacial, que podem apoiar o crescimento, desenvolvimento, genética e envelhecimento de várias espécies de plantas, animais e microorganismos em condições espaciais.
Já o laboratório Mengtian será voltado para pesquisas científicas em microgravidade e está equipado com gabinetes experimentais para física dos fluidos, ciência dos materiais, ciência da combustão, física básica e experimentos de tecnologia espacial.
Mais tarde, uma instalação de pesquisa do telescópio espacial Xuntian será lançado em órbita e voará com a estação espacial para realizar observações de pesquisa de área ampla.
Outro destaque para a missão Shenzhou-14 é a manobra de um pequeno braço robótico instalado no módulo Wentian. Comparado com o grande braço robótico que foi lançado ao espaço com a cabine central de Tianhe, este é mais compacto, observou Lin.
O trio de astronautas está programado para realizar a verificação desses grandes e pequenos braços robóticos, caminhadas espaciais e a construção de carga útil fora da cabine, informou a Corporação de Ciência e Tecnologia Aeroespacial da China, empresa estatal responsável pela construção da nave.
Como durante as missões anteriores, a tripulação do Shenzhou-14 também dará aulas de física e sobre a Tiangong para jovens estudantes, e pela primeira vez usará a cabine do módulo Wentian para sair da estação para atividades extraveiculares. Essas atividades serão organizadas durante a estadia, assinalou o Global Times.
A estação opera na órbita terrestre baixa a uma altitude entre 340 e 450 quilômetros, enquanto sua vida útil é projetada para 10 anos.
No entanto, os especialistas acreditam que poderá durar mais de 15 anos com manutenção e reparos adequados.
