O governador de São Paulo e pré-candidato à reeleição, Rodrigo Garcia (PSDB), criticou o pré-candidato bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos), após o ex-ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro, falar contra as câmeras nos uniformes de policiais.
Tarcísio é contra a instalação de câmeras nos uniformes de policiais, medida adotada no estado.
Em recente entrevista ao Estadão, o ex-ministro de Bolsonaro disse que é mais barato comprar tornozeleiras para monitorar presos do que filmar ações de agentes de seguranças.
Rodrigo Garcia criticou Tarcísio e afirmou: “Um cara que cai de paraquedas em São Paulo. Aí ele corre para decorar uns números e frases de efeito. Bom, aí começa a confundir as coisas mais básicas de administração pública. Aí você pensa: falta de conhecimento ou má-fé? Alguém avise a ele que quem decide o uso de tornozeleira em preso é a Justiça, por favor.”
“Cabe ao governo implantar políticas públicas, como as câmeras nos uniformes, que são apoiadas por 90% dos paulistas porque derrubaram a letalidade policial no estado. Política que ele é contra, porque nesse caso não cabe frase de efeito”, acrescentou.
As mortes cometidas por policiais militares despencaram em 19 dos 131 batalhões do estado de São Paulo um ano depois que as ações dos agentes começaram a ser filmadas.
De acordo com dados obtidos pelo UOL via Lei de Acesso a Informação, houve uma queda de 80% na letalidade policial nessas unidades após a implantação do programa Olho Vivo —que prevê a instalação de câmeras nos uniformes.
Entre junho de 2021 e maio deste ano, os 19 batalhões registraram 41 mortes por intervenção policial —contra 207 nos 12 meses anteriores ao início do programa.
De acordo com os dados, já no primeiro mês do programa, em junho do ano passado, nenhuma morte foi registrada —foi a primeira vez que isso aconteceu nas 19 unidades desde maio de 2013, data dos dados mais antigos disponibilizados pela PM.
As 41 mortes cometidas por policiais dos 19 batalhões equivalem a uma queda de 82% na comparação com a média anual de 226 assassinatos nos sete anos anteriores.