Relatório sobre o cresimento do antissemitismo durante o governo Bolsonaro foi lançado nesta terça-feira, 16, na Câmara Municipal de São Paulo
O Antissemitismo durante o Governo Bolsonaro (Parte II) é o título do relatório sobre o crescimento do antissemitismo no Brasil no período final do governo de Jair Bolsonaro.
O evento ocorreu nesta terça-feira, na Sala Prestes Maia (Câmara Municipal de São Paulo – 1º Andar..
A participação poderá ser presencial, com transmissão simultânea pelo canal da Câmara dos Vereadores no YouTube.
Veja o evento no Youtube:
O Relatório traz uma análise sobre os fatos graves e preocupantes do crescimento do antissemitismo nos últimos anos, incluindo uma tabela ilustrada, circunstanciada, com links a comprovar a denúncia trazida logo no título do documento a ser apresentado aos presentes à Câmara hoje.
Tem a autoria de Jean Goldenbaum, Nathaniel Braia, Leana Naiman Bergel Friedman e Charles Schaffer Argelazi, além de contribuições do professor Michel German e dos pesquisadores Francisco Moreno, Sonia Hotimsky e Silvio Hotimsky.
Durante o lançamento haverá um debate sobre o crescimento do antissemitismo no Brasil e possíveis formas de enfrentamento, ao que contamos com sua presença.
O evento tem o apoio do vereador Daniel Annemberg e traz 104 ocorrências de antissemitismo, racismo e neonazismo que vem crescendo sob estímulo do atual ocupante do Planalto. Os fatos coligidos na segunda parte do relatório vão de julho de 2020 a junho de 2022.
Entre as denúncias o encontro com a líder neonazista alemã, Beatrix Von Storch, do partido de vertente hitlerista AfD. Ela foi recebida pelo próprio presidente e parlamentares seguidores na sede do governo brasileiro.
Também há detalhado material sobre manifestações governamentais que mimetizam o nazismo e o fascismo.
Entre os capítulos que compõem o relatório, uma análise sobre a relação entre o morticínio pela Covid-19, em grande parte provocado pela oposição ao tratamento científico à pandemia, retardando vacinas, receitando placebos ineficazes e minimizando a própria doença; uma “gripezinha”, segundo o próprio Bolsonaro. Mostramos como isso está conectado a uma concepção eugenista, de cunho nazista, onde a morte dos mais frágeis melhoraria a raça (no caso a suposta brasileira).
Tem também uma análise aprofundada sobre o antissemitismo ao longo da história e as diversas formas que foi se desenvolvendo até os dias de hoje.
Como afirmam seus autores na Introdução é um chamado à ação para conjurar o perigo representado pelo bolsonarismo para os integrantes da comunidade judaica e para toda a sociedade brasileira.
Conecta o crescimento do antissemitismo à disparada de manifestações e agressões racistas contra negros e índios e chama todos a união em uma ampla frente em defesa da democracia impossível de florescer sob a égide de concepções neonazis habitando o centro do poder.
Entre os que se pronunciaram por vídeo e áudio, o Comissário da OEA para o Monitoramento do Antissemitismo nas Américas, Fernando Lottenberg, ex-presidente da Confederação Israelita Brasileira (Conib) e a pesquisadora da Unicamp especializada no monitoramento de manifestações nazifascistas em nosso país. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, deputado Orlando Silva, enviou mensagem destacando que sob o governo atual têm se manifestado de forma preocupante e crescente as manifestações de cunho discriminatório e racista, contra negros, índios e judeus, em paralelo a atos e declarações de apologia ao nazismo e ao fascismo. “O Brasil precisa se unir para superar este mal”.
Também se pronunciaram o professor Flávio de Leão Bastos, que integra o Núcleo da Memória da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP e o engenheiro Iso Sendacz, que integra o Movimento Engenharia pela Deocracia e é conselheiro da Casa do Povo.
Vejam o Relatório lançado na Câmara Municipal de São Paulo: