O presidente da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Marcelo Xavier, esclareceu que, diferente do afirmado na matéria “Presidente da Funai é expulso de evento em Madri: ‘Você é um miliciano, bandido’” sua saída do evento se deu de forma voluntária, após ter sido vítima de “agressões infundadas”.
Em 21 de julho de 2022, durante a assembleia geral do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e Caribe (Filac), na capital espanhola, o ex-servidor da FUNAI, Ricardo Rao, que estava no local, levantou de seu assento e repudiou a política indigenista do governo. “Este homem não é digno de estar entre vocês. Marcelo Xavier é um assassino. Este homem é um miliciano, é responsável pela morte de Bruno Pereira e de (Dom) Phillips. Você é um miliciano, bandido”, disse Rao, que também deixou a sala. Segundo a FUNAI, “o manifestante encontrava-se em nítida situação de instabilidade”. Como o episódio ficou gravado, reproduzimos abaixo para que o leitor possa tirar suas próprias conclusões.
Publicamos a seguir a íntegra da nota enviada pela FUNAI, com relação ao processo nº 08620.007033/2022-17, assinada por Marcelo Augusto Xavier da Silva.
Nota de repúdio sobre ataques lamentáveis ocorridos durante evento na Espanha
A Fundação Nacional do Índio (FUNAI) vem a público manifestar repúdio aos ataques verbais proferidos contra o Presidente da Fundação, Marcelo Xavier, em 21/07/2022, em Madri, na Espanha, durante a XVI Assembleia Geral Extraordinária do Fundo para o Desenvolvimento dos Povos Indígenas da América Latina e do Caribe (Filac).
O Presidente da FUNAI, vítima de agressões infundadas, retirou-se do local, por sua própria iniciativa, para evitar os devaneios, as ofensas praticadas por ex-servidor da FUNAI e quiçá quaisquer ataques à integridade física, uma vez que o manifestante encontrava-se em nítida situação de instabilidade.
A FUNAI lamenta o ocorrido e destaca que tais atitudes são irresponsáveis, violentas e antidemocráticas, inviabilizando, assim, qualquer tipo de diálogo sadio e producente, que deve ser sempre pautado no respeito entre as partes. A Fundação entende que não se constroem políticas públicas na base de ofensas e argumentos destituídos de fundamento e provas. Tais atitudes não são compatíveis com o Estado Democrático de Direito.
A Fundação informa ainda que, sobre o caso, foram tomadas providências junto à Polícia Judiciária da Espanha. É importante ressaltar que, por motivos de segurança, o Presidente da FUNAI optou por sair voluntariamente do local do evento, dada a atitude hostil e agressiva do manifestante. Inclusive, os lamentáveis ataques serão objeto de ação judicial por crime contra a honra e ação de indenização por danos morais.
O manifestante que proferiu de forma agressiva os ataques verbais foi funcionário da FUNAI até o ano de 2020, tendo sido exonerado na ocasião por não ter cumprido as condições de estágio probatório. Por fim, a Fundação reforça que, enquanto instituição pública, calcada na supremacia do interesse público, não coaduna com nenhum tipo de conduta ofensiva, repudia qualquer forma de desrespeito e segue aberta ao diálogo com os diferentes setores da sociedade.