O ex-presidente Lula (PT) afirmou, na sabatina da CNN, na segunda-feira (12), que vai retomar obras públicas, em diálogo direto com os governadores, para gerar empregos e garantir o desenvolvimento econômico do país.
“Quero fazer um levantamento dos três principais projetos de infraestrutura de cada Estado, quero fazer o levantamento de todas as obras do PAC que estão prontas para serem trabalhadas, quero retomar o Minha Casa Minha Vida, para a gente fazer a economia voltar a funcionar”, disse o candidato.
“Nós vamos fazer investimentos para que a economia volte a funcionar gerando emprego. As pessoas não querem viver de benefício do governo o tempo inteiro. As pessoas querem trabalhar”, continuou.
“O BNDES vai voltar a ser um banco de investimento, o Banco do Brasil vai voltar a cuidar não só da agricultura, mas do micro e pequeno empreendedor, a Caixa Econômica vai voltar a financiar habitação e saneamento básico”.
Para Lula, “é possível gerar emprego, aumentar o salário mínimo, garantir que as pessoas possam ir à universidade, possam ir à escola técnica. É possível garantir que a sociedade brasileira vai voltar a comer três vezes ao dia”.
“Esse país nós já construímos uma vez, nós tiramos 36 milhões de pessoas da miséria e levamos 42 milhões de pessoas ao poder de consumo de classe média baixa”, lembrou.
O ex-presidente falou que vai manter o auxílio emergencial em R$ 600, enquanto Bolsonaro já indicou na lei que vai diminuir para R$ 405.
“As pessoas não querem viver de benefício do governo o tempo inteiro, elas querem trabalhar. O que dá orgulho no ser humano, na mulher e no homem, é trabalhar, no final do mês receber seu salário e levar comida para sua casa”, prosseguiu o ex-presidente.
Durante a sabatina, Lula comentou sobre o orçamento secreto, que Bolsonaro elevou para R$ 19,4 bilhões em 2023, e disse que vai acabar com esse mecanismo.
Bolsonaro “entregou o orçamento ao parlamento. O orçamento é do governo! O governo está tão fraco que o parlamento se apoderou e, hoje, o Congresso tem mais poder de investimento do que o presidente da República”.
Lula afirmou que “não vai permitir que o parlamento seja dono do Orçamento, quem tem que ser dono é o poder executivo”.
O ex-presidente afirmou, ainda, que Jair Bolsonaro deve explicações à população sobre os imóveis que comprou em dinheiro vivo e sobre os sigilos de 100 anos que decretou sobre temas sensíveis.
“Você vê o presidente não explicar para a sociedade porque que ele gastou R$ 26 milhões para comprar 51 imóveis pagando em dinheiro [vivo]”.
O ex-presidente disse que o seu governo transformou a Controladoria-Geral da União (CGU) “em ministério, dobramos o número de funcionários da Polícia Federal, investimos na Inteligência, o Ministério Público tinha autonomia. Escancaramos o Portal da Transparência, você acompanhava o governo”.
“Hoje, tudo isso acabou. No meu tempo, nada ficava sem investigar. Assim foi e assim será. Se você cometer ilícito, terá o direito da presunção da inocência, mas será investigado”, completou.
Lula defendeu as indicações políticas, afirmando que isso acontece em todos os países do mundo. “Acontece na democracia de qualquer país do mundo. Quando você ganha uma eleição, você tem uma composição para ganhar as eleições. (…) Se a gente ganhar as eleições, esses partidos irão participar do governo. O que não faz sentido é você ganhar as eleições e seu adversário indicar”, disse o ex-presidente.
O candidato da Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) disse que não há como “dizer que não houve corrupção” durante os governos petistas.
“A minha versão é que algum diretor da Petrobras que reconheceu que roubou pagou o preço. Eu não posso dizer que não houve corrupção se as pessoas delataram, se o Sérgio Cabral, no Rio de Janeiro, reconheceu que fez o erro que ele fez, se outros denunciaram que receberam favores de empresas. O que eu acho grave é que essas pessoas foram beneficiadas por uma delação premiada na qual o objetivo era tentar me culpar”, asseverou.
Segundo o ex-presidente, ele foi “culpado por ser inocente”.
O ex-presidente é candidato pela Federação Brasil da Esperança – FE Brasil (PT, PCdoB e PV) e mais PSB, PSOL, REDE, Solidariedade, Avante, Agir e Pros que integram a coligação que o apoia
COMUNICADORES
O ex-presidente Lula conversou, nesta terça-feira (13), pela manhã, com comunicadores de movimentos sociais, de partidos da Coligação Brasil da Esperança e de veículos progressistas.
Ele enfatizou sua meta de reconstruir a economia, com geração de emprego e renda. Para Lula, é preciso reconstruir a possibilidade de as famílias brasileiras viverem felizes e em paz, com esperança e em harmonia. “Nós temos que reconstruir um modo gostoso de viver, um modo da família viver em paz, viver feliz, viver com esperança, viver em harmonia com o conjunto da sociedade”, disse.
Segundo a campanha de Lula, na conversa, por meio da plataforma Zoom, estavam inscritas mais de seis mil pessoas.
Lula assinalou na conversa que é preciso garantir que as pessoas acessem seus direitos fundamentais previstos na Constituição, na Bíblia e na Declaração dos Direitos Humanos.
“As pessoas têm o direito de comer, de trabalhar, de morar, de ir e vir. É isso que nós precisamos garantir”, afirmou.
“Recuperar a esperança e o jeito gostoso de viver a vida, que é o dom maior de Deus”, acrescentou.
“Nossa candidatura representa a esperança, representa efetivamente a chegada da primavera, com esse país florido, exalando todo o perfume e a bondade do mundo para que a gente possa a fazer justiça para nosso povo”, concluiu.