Em entrevista coletiva com a participação de várias autoridades, o presidente do TSE declarou que as “urnas eletrônicas são patrimônios nacionais”. “Espero que cessem as agressões ao sistema eleitoral, os discursos fantasiosos, as notícias criminosas contra as urnas eletrônicas”
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, fez um pronunciamento na noite deste domingo (30) após o resultado das eleições e afirmou que se encerrou “esse importantíssimo momento”.
“As eleições de 2022 com maior número de votos em candidatos da história brasileira, percentualmente e em termos absolutos”, declarou.
Questionado, Moraes afirmou que não acredita em contestações do resultado.
“Eu liguei para ambos os candidatos até por ser uma praxe do TSE, cumprimentar ambos os candidatos pela participação nas eleições, pela participação no jogo eleitoral. Os cumprimentei e avisei que iria proclamar o resultado oficial. Não acredito que haja nenhum problema, se houver contestação dentro das regras eleitorais, elas serão analisadas normalmente. Isso faz parte do estado de direito”, afirmou.
“O resultado foi proclamado, o resultado será aceito. O ex-presidente Lula e Alckmin serão diplomados em 19 de dezembro”, assinalou.
Moraes exaltou a realização de eleições livres no Brasil e comemorou a redução da abstenção. “Em todas eleições anteriores sempre houve aumento de abstenção do primeiro para o segundo turno. Esse ano, caiu de 20,95%, no primeiro turno para, no segundo turno, 20,56%. Houve diminuição ainda dos votos brancos e nulos. Tivemos hoje 75,8% do eleitorado votando, o maior percentual de votos da história republicana desde redemocratização do Brasil”, afirmou o presidente do TSE
“O que o TSE pode garantir à sociedade é que as eleições são limpas, seguras e transparentes e isso é muito importante para qualquer pacificação porque quem venceu sabe que venceu de forma justa e quem não venceu sabe que não venceu porque votos faltaram e isso faz parte do jogo democrático”, disse.
Ele também declarou que as urnas eletrônicas são “patrimônios nacionais”. “Urnas eletrônicas são patrimônios nacionais. Espero que cessem as agressões ao sistema eleitoral, os discursos fantasiosos, as notícias criminosas contra as urnas eletrônicas. Quem atestou novamente a credibilidade das urnas eletrônicas foi o povo brasileiro”, afirmou o presidente do TSE.
O presidente do TSE fez o pronunciamento acompanhado de várias autoridades. Ele recebeu longos aplausos das autoridades que acompanham a entrevista coletiva, como ministros do STF, do STJ, integrantes das missões internacionais de observação e servidores da Justiça Eleitoral.
Estiveram presentes os ministros do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, Rosa Weber, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Gilmar Mendes, Edson Fachin e Ricardo Lewandowski. Apenas os ministros André Mendonça e Nunes Marques, indicados por Bolsonaro ao STF, não compareceram ao TSE para a apuração.
Além dos ministros, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o presidente em exercício do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, o Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras, e o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, também estiveram presentes.
Na abertura de sua fala, Moraes fez menção às autoridades presentes e agradeceu às Forças Armadas, ao conselho de comandantes-gerais da Polícia Militar e ao conselho dos chefes da Polícia Civil pelo auxílio na segurança e no transporte de urnas durante o processo eleitoral.
“Nós conseguimos concluir uma eleição extremamente polarizada, que demonstrou o aumento do número de votos em candidatos. O mais importante de tudo, nós tivemos uma eleição pacífica, tranquila, com segurança. O eleitor votou tranquilamente”, enfatizou.
A presidente do STF, ministra Rosa Weber, ressaltou que o tribunal continuará “firme e coeso” e que o TSE garantiu a legitimidade do resultado das urnas “mais uma vez”.
“Que a vitória dos escolhidos nas urnas, como expressão da vontade popular, se suceda e para tanto conclamo a todos a um esforço coletivo, e que nos irmanemos em prol da unidade, do respeito e do fortalecimento das nossas instituições”, disse.