E o pastor ainda cobrou provas de fraude na eleição. “Eu não embarco em aventura de ninguém sem provas”
O isolamento de Bolsonaro cresce a cada dia. Até o pastor Silas Malafaia reconheceu que Jair Bolsonaro (PL) foi derrotado no voto pelo ex-presidente Lula (PT) no segundo turno das eleições presidenciais que ocorreram no último domingo (30).
“Bolsonaro perdeu nos votos, mas saiu vitorioso no conjunto da obra”, escreveu o pastor, na legenda de um vídeo publicado nas redes sociais na terça-feira, dia primeiro de novembro.
Um dos mais ferrenhos bolsonaristas entre os evangélicos, Malafaia também pediu que os apoiadores de Bolsonaro suspendam os bloqueios de estradas, iniciados após o resultado das eleições. “Protestar é um direito. O que resta ao povo brasileiro? Vamos parar, vamos acabar e voltar ao trabalho. É disso que nós precisamos”, disse.
Ao comentar sobre o pronunciamento em que Bolsonaro sinalizou que autorizou o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, a representar a gestão atual no processo de transição de governo, o pastor disse que o futuro ex-presidente não mostrou provas sobre suposta fraude no processo eleitoral.
“Não foi apresentado absolutamente nada. A fala de Bolsonaro foi sobre respeito à Constituição, contra depredação ou impedimento de ir e vir”, afirmou Malafaia.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, na terça-feira, Malafaia disse que orou por Lula e pelo Brasil no culto de domingo.
“Gostaria de informar a você que o culto hoje [domingo] foi encerrado fazendo oração pelo Brasil e por Lula, porque aprendi um princípio da Bíblia. [O apóstolo] Paulo dizia: Antes de tudo, que se façam orações, súplicas pelos homens que estão em eminência, para que tenham uma vida quieta e sossegada”, respondeu.
Questionado se Bolsonaro iria contestar o resultado da eleição alegando fraude, o pastor afirmou que não embarca “em aventura de ninguém sem provas”.
“Bolsonaro, para contestar o resultado, tem que ter provas sobre provas, com muitas provas robustas, para dizer que houve fraude, né? Porque não vem aqui, eu não embarco em aventura de ninguém sem provas. Essa é a minha posição. A vontade soberana do povo se estabeleceu. ‘Ai, teve roubo.’ Então prova, ‘cumpadi’”, cobrou.