Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua do IBGE (PNAD-Contínua), referente ao trimestre de abril a junho deste ano, mostram que a hora de trabalho entre trabalhadores negros é 40,2% menor do que entre trabalhadores brancos. Entre os pardos, o valor da hora trabalhada foi 38,4% menor que o recebido pelos brancos.
Segundo os dados sistematizados em reportagem do G1, em média, a hora de trabalho do brasileiro foi de R$ 15,23 no segundo trimestre deste ano. Nesse período, de acordo com a pesquisa, trabalhadores brancos receberam R$ 19,22 em média (acima da média nacional), enquanto os negros receberam apenas R$ 11,49.
Desse modo, negros (pretos e pardos) precisam trabalhar mais horas para conseguir ganhar o mesmo valor que brancos no fim do mês. Para ganhar um salário mínimo, R$ 1.212, um trabalhador branco precisou trabalhar 63 horas no segundo trimestre. Por outro lado, negros precisaram trabalhar mais de 105 horas.
De acordo com a PNAD, a população negra representa 56,1% da população brasileira, sendo pretos 9,1% e pardos 47%. Já na força de trabalho, a população parda representa 45%, e a preta, 10,2%. Os dados mostram uma pequena variação em dez anos, sendo que, no mesmo período de 2012, o valor pago por hora a uma pessoa preta era 42,8% menor do que o pago a uma pessoa branca.
Quando consideradas a taxa de desocupação por cor ou raça, a PNAD mostrou que negros também sofrem mais com o desemprego. A taxa dos que se declararam brancos (7,3%) ficou abaixo da média nacional; porém a dos pretos (11,3%) e a dos pardos (10,8%) ficou acima.
No 1º trimestre de 2012, quando a taxa média foi estimada em 8,0%, a dos pretos correspondia a 9,7%; a dos pardos a 9,2% e a dos brancos era 6,7%.
A população fora da força de trabalho – que não estavam ocupadas e nem procurando emprego (desocupadas) –, foi estimada em 64,7 milhões de pessoas no 2º trimestre de 2022. Nesse período, negros representavam 56,2% (pardos 46,3% e pretos 9,9%) da população fora da força de trabalho e brancos eram 42,6%.