A fila de pessoas que aguardam atendimento do INSS, que tinham prazo 45 dias para terem seus processos solucionados, já chega a mais de 5 milhões. A informação foi revelada à colunista Monica Bergamo pela equipe de transição de Lula após acesso aos dados repassados pelo Ministério do Trabalho e Previdência para iniciar um diagnóstico da situação.
A enorme fila de pessoas que esperam por resposta à aposentadoria foi o que mais preocupou a equipe, já que, além da injustiça social, o problema ainda significa prejuízo ao erário, pois o atraso gera juros, e a União terá que desembolsar mais ao pagar o benefício para compensar a demora.
Um dos coordenadores do grupo de transição, o advogado Fabiano Silva dos Santos, explica que “as filas nas portas das agências do INSS não existem mais. Mas hoje elas são virtuais, e quilométricas”.
Segundo membros da equipe de Lula, a defasagem do quadro técnico da Dataprev – Empresa de Tecnologia e Informações, responsável pela gestão da base de dados sociais do país, especialmente do INSS –, que não conseguiu acompanhar as mudanças na regra da aposentadoria, é a principal causa do problema.
Logo no início do seu governo, Bolsonaro fez tudo para privatizar a Dataprev, colocando-a inclusive no Programa Nacional de Desestatização (PND). Não conseguindo, promoveu um verdadeiro desmonte na empresa, que passou a ser vinculada ao Ministério da Economia, com demissões de quadros técnicos, falta de concurso público, fechamento de unidades nos estados e terceirizações.
Entre as questões que estão sendo estudadas pela equipe de transição está, além de reforçar a Dataprev, transferi-la para o Ministério do Trabalho e da Previdência, ou para o Ministério da Previdência, caso seja recriado pelo presidente eleito, conforme prometido durante a campanha eleitoral.