O premiê japonês Fumio Kishida foi recebido por Biden na Casa Branca na sexta-feira (13). Como representante do único país que sofreu ataque nuclear, em vez de exigir um pedido de desculpas dos EUA por ter bombardeado Hiroshima e Nagazaki com duas bombas nucleares que causaram mais de 200 mil mortes de civis, o sorridente Kishida, recebeu elogios de Biden e ainda endossou as cínicas acusações contra a Rússia.
Satisfeito com atitude tão servil, Biden saudou Fumio como “um verdadeiro líder” e “um verdadeiro amigo”, reiterou estar “totalmente comprometido com a aliança EUA-Japão em questão de segurança”.
Reunidos em Washington na quarta-feira, dois dias antes da ida de Kishida ao Salão Oval, os chefes de diplomacia e de defesa norte-americanos e do Japão anunciaram o envio, até 2025, de uma força de reação rápida do Corpo de Fuzileiros Navais para Okinawa, o território japonês – ocupado por base militar dos EUA- mais próximo de Taiwan e da China continental.
“Apoio fortemente as políticas de segurança nacional atualizadas do Japão, incluindo decisões para aumentar os gastos com defesa e adquirir capacidades de contra-ataque. E estou orgulhoso da decisão histórica que anunciamos para atualizar e modernizar a postura da força dos Estados Unidos no Japão, posicionando capacidades mais versáteis, móveis e resilientes”, disse, na quinta-feira, o secretário de Defesa norte-americano, Lloyd J. Austin.
O vice-presidente do Conselho de Segurança da Federação Russa, Dmitri Medvedev, recordando o terror das bombas atômicas lançadas contra o Japão, destacou que foi precisamente os EUA, a quem Fumio prestou reverência, o país que despejou armas nucleares sobre os lares de homens, mulheres, crianças e idosos”.
Sem pedido de desculpas ou qualquer referência ao trágico crime, “Biden e Kishida disseram que qualquer possível uso de armas nucleares pela Rússia na Ucrânia seria um ato de hostilidade contra toda a humanidade que não pode ser justificado”, apontou Medvedev. “Isso é uma vergonha tão monstruosa que nem vou comentar sobre a paranoia que têm sobre os planos nucleares russos” e a discrepância da realidade, acrescentou.
De acordo com o dirigente russo, as demonstrações de submissão de Fumio Kishida a Joe Biden, em pleno Salão Oval da Casa Branca, ultrapassaram todos os limites ao tentar apagar a história dos crimes bárbaros cometidos pelos Estados Unidos contra centenas de milhares de japoneses civis indefesos nas cidades de Hiroshima e Nagasaki. Em vez de exigir o arrependimento dos EUA por isso, Kishida mostrou que era “apenas um atendente de serviço para os norte-americanos”.
Diante do alinhamento “servil” manifestado pelo premiê Fumio Kishida à política belicista de Washington e ao descaso com o mortícinio de Hiroshima e Nagazaki, só caberia a ele “lavar tal vergonha cometendo um haraquiri na reunião do seu gabinete, assim que voltar”, declarou Medvedev.
“Os servos não podem ter coragem”, ponderou em seguida Medvedev, admitindo que provavelmente sua expectativa não venha a ser concretizada, já que “o conceito de honra não seja típico desta geração de vassalos japoneses”.