O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, afirmou, em entrevista neste domingo à TV Brasil, que o salário mínimo deverá ter um aumento no dia 1º maio. “Nós estamos discutindo a busca de espaço fiscal para mudar o valor do salário mínimo ainda este ano. Se houver espaço fiscal, nós haveremos de anunciar uma mudança para 1º de maio”, afirmou.
O reajuste do salário mínimo para este ano é uma das principais pautas das centrais sindicais. A Central Geral dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) defende o aumento para R$ 1.343 e afirma que “a responsabilidade fiscal não pode ser o custo do maltrato ao povo pobre, ao povo indigente, ao povo que padece de insegurança alimentar, o povo que não tem um prato de comida para se alimentar”.
De acordo com a central, o reajuste corresponde a 10,7% e contempla a i nflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) – estimado em 5,8% em 2022 –, mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,6%, em 2020 – antes da pandemia, cálculo que segue a Política de Valorização do Salário Mínimo.
Além do aumento a ser anunciado em maio, o ministro afirmou que essa política será uma das prioridades da pasta. Resgatando o período em que ela vigorava, entre os anos de 2005 e 2007, o ministro destacou que “nós conseguimos mostrar que era possível controlar a inflação, gerar empregos e crescer a renda, crescer a massa salarial dos trabalhadores do Brasil inteiro, impulsionado pela Política de Valorização do Salário Mínimo, que consistia em, além da inflação, garantir o crescimento real da economia para dar sustentabilidade, para dar previsibilidade, para dar credibilidade acima de tudo para todos os agentes. É importante que os agentes econômicos, o empresariado, os prefeitos, os governadores, saibam qual é a previsibilidade da base salarial do Brasil, e o salário mínimo é a grande base salarial do Brasil”, explicou.
EMPREGO
Durante a entrevista, o ministro também falou de emprego e relações trabalhistas, destacando que “passamos por um governo que trabalhou um processo de desmonte das relações de trabalho. Então o contrato coletivo, negociações trabalhistas, tudo isso foi atacado de forma feroz, a legislação trabalhista, a proteção ao trabalho, tudo isso foi atacado. Nós precisamos enfrentar esse dilema, rever o que foi prejudicado nesse processo de relações de trabalho, para que nós possamos de novo retomar o processo de negociação, de valorizar o valor do trabalho em si, a massa salarial, geração de emprego e renda. Nossa expectativa é de trabalhar esse processo”, afirmou.