No último sábado (18), o Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindinapi), seção Curitiba, e o Departamento dos Aposentados do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) aprovaram uma moção de repúdio aos bancos pela suspensão dos empréstimos consignados para aposentados e pensionistas após o governo reduzir os juros do serviço. O encontro reuniu mais de 170 aposentados.
“Aprovamos essa moção com nossos aposentados para mostrar a insatisfação com a atitude dos bancos. É uma atitude arbitrária e desrespeitosa contra esses trabalhadores que durante toda sua vida ajudaram com seu trabalho na construção do país e mostra como os bancos não estão nem um pouco comprometidos com o Brasil”, diz Sérgio Butka, presidente da Força Sindical do Paraná.
Para os sindicalistas, “suspender o serviço dos empréstimos consignados aos aposentados por uma birra com o governo, motivada pela sede desenfreada de lucro, é um ataque frontal e uma falta de respeito gigante àqueles que dedicaram sua vida a construir o país. Tal atitude mostra que toda aquela propaganda dos bancos usando crianças para pedir “respeito” e um “mundo melhor” não passa de uma grande mentira”.
“O que querem é lucrar a todo custo, nem que para isso seja preciso estrangular os clientes. Mostram que estão contra o Brasil. Baixar os juros é garantir a busca por uma melhor qualidade de vida para nossos aposentados. É garantir um país mais desenvolvido. Manifestamos nosso apoio a qualquer atitude que seja para beneficiar o povo brasileiro, principalmente, os aposentados”, diz a nota.
Na última semana, os bancos públicos e privados decidiram suspender os empréstimos consignados a aposentados e pensionistas após publicação de instrução normativa conjunta da Previdência Social e do INSS que derrubaram os juros de 2,14% para 1,70% ao mês, no empréstimo pessoal. Os bancos usam os cerca de 37 milhões de beneficiários, que estão com acesso restrito a crédito mais barato, para chantagear o governo a retomar os juros altos.
A redução foi criticada pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), que disse ter alertado o Ministério da Previdência e o INSS anteriormente sobre o comprometimento da oferta de empréstimo por causa dos “altos custos de captação”.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) também se manifestou contra a tentativa de extorsão promovida pelos bancos e afirmou que suspender intempestivamente o crédito consignado do INSS para quem ganha um salário mínimo “é uma medida abusiva e oportunista para explorar outros interesses políticos, se utilizando da vulnerabilidade da população mais carente. Isso não configura uma política de crédito responsável e não atende aos princípios de governança socioambiental. Os 20 anos de vigência do consignado contribuíram significativamente com o lucro dos bancos”.