
Ao menos três pessoas morreram e dezenas ficaram feridas no Iraque, convulsionado há mais de uma semana por manifestantes que exigem melhora nos serviços básicos de eletricidade, mais emprego, água potável e o fim da corrupção. Impotente diante do aumento das marchas e concentrações contra “os ladrões que nos roubam”, o governo submisso à ocupação dos EUA impôs toque de recolher noturno em várias cidades e limitou o acesso à internet desde o último sábado.
Em Al Samaua, capital da província de Al Mutana, uma multidão tentou irromper no Palácio de Justiça, quando foi impedida por forças governamentais que dispararam a esmo, matando dois manifestantes. Há inúmeros feridos, mas o acesso a informação vem sendo bloqueado pelo governo, que tenta reduzir o impacto do sangue derramado.
Da mesma forma, em Al Naseriya, capital da província de Di Qar, 44 pessoas ficaram feridas, 27 delas membros das temidas “forças de segurança”, durante enfrentamentos entre a população, particularmente os jovens, e os guardas que tentavam dispersar o massivo protesto.
Em Basra, um dos bastiões da produção petrolífera do país árabe, 48 pessoas foram feridas pela polícia, conforme o próprio Ministério do Interior, que desconversou sobre a gravidade dos casos.
Várias sedes de partidos políticos fantoches, que defendem a entrega do petróleo do país aos estrangeiros, foram incendiadas, confirmou a própria imprensa iraquiana.
Os recursos petroleiros do Iraque representam 89% do seu orçamento e 99% das suas exportações, mas garantem somente 1% do emprego aos trabalhadores locais, já que – desde a derrubada do governo de Saddam Hussein – o setor é completamente dominado pelo cartel estrangeiro, que emprega essencialmente técnicos de fora.