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De acordo com o boletim da Defesa Civil, onze pessoas morreram e outras 20 estão desaparecidas em consequência dos temporais causados por um ciclone extratropical que atingiu o Rio Grande do Sul na madrugada da última sexta-feira (16).
O balanço foi divulgado na manhã deste sábado (17). No total, há 40 municípios atingidos, com registro de 2.330 desabrigados e 602 desalojados.
A Defesa Civil descreve que aconteceram mortes em São Leopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre; em Novo Hamburgo e em Gravataí, as duas na mesma região; e em Maquiné e Caraá, no litoral norte; e Bom Princípio, no Vale do Caí. Equipes da Defesa Civil trabalham para localizar os desaparecidos.
Cerca de 120 mil pontos estão sem energia elétrica na área de concessão da Companhia Estadual de Geração de Energia Elétrica (CEEE). As regiões mais afetadas são a Metropolitana (com 100 mil clientes sem energia) e Litoral Norte (com 20 mil). Os municípios mais impactados são Porto Alegre, Viamão, Alvorada, Tramandaí, Santo Antônio da Patrulha, Imbé e Capão da Canoa.
Durante a manhã da última sexta, o governador Eduardo Leite informou que uma das vítimas de São Leopoldo tinha 23 anos e morreu após sofrer uma descarga elétrica. À tarde, o Corpo de Bombeiros informou que o corpo de um desaparecido foi encontrado no bairro São José. Em Maquiné, a vítima é um homem de 69 anos, de acordo com a prefeitura.
A Defesa Civil do Estado emitiu alerta para risco de deslizamentos e inundações diante das cheias dos Rios Caí, Sinos, Gravataí e Guaíba. Moradores de diferentes cidades estão desabrigados, desalojados e ilhados. O funcionamento de serviços públicos, escolas e eventos também foi interrompido, suspenso ou afetado.
O presidente Lula conversou com o governador Eduardo Leite (PSDB) e disse que governo está “à disposição”. O governador compartilhou um trecho de uma ligação entre ambos, mas não detalhou se já foi acordado algum tipo de recurso para o Rio Grande do Sul.
Uma comitiva do governo federal foi enviada ao estado para prestar apoio ao atendimento às vítimas das enchentes.
ENCHENTE SEM PRECEDENTES
O prefeito de Maquiné, João Marcos Bassani (PDT), afirmou que foi a maior enchente já registrada no município e que mais de 200 famílias foram afetadas. “Claro que havia os alertas, mas a dimensão não era esperada. E muitas famílias foram pegas de surpresas, pelo nível de água que subiu”, declarou.
Na última quinta-feira à noite (15), o prefeito fez um apelo para a população deixar as casas, o qual chamou a atenção nas redes sociais. “Estou pedindo, implorando: saiam”, dizia.
O governador Eduardo Leite (PSDB) e ministros do governo Lula se reuniram na manhã desse sábado para sobrevoar as regiões mais afetadas pelo ciclone. As imagens foram divulgadas pela Secretaria de Comunicação do governo federal.
De acordo com o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, as cidades afetadas atuam em conjunto com governo local e federal para agilizar a elaboração de planos de trabalho. O documento é um pré-requisito para liberação de recursos federais. Cidades em situação de emergência ou estado de calamidade pública reconhecido pela Defesa Civil Nacional estão aptas a solicitar recursos do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional para atendimento à população afetada.
“Nós costumamos, quando trabalhamos conjuntamente com estados, município e União, reconhecer e aprovar sumariamente [os planos de trabalho] porque evita diligências. Fez um plano de reconstrução de uma ponte e quando entra no sistema, a gente aprova em até 48 horas já está disponibilizando o recurso para o município tocar as atividades”, afirmou Góes. As ações envolvem socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de infraestrutura destruída ou danificada.
No início da tarde, os ministros Waldez Góes, e da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, sobrevoaram neste sábado (17) cidades do Rio Grande do Sul.
“Visitamos o município de Caraá, onde muitas famílias foram atingidas pelo ciclone e chuvas dos últimos dias. Presidente Lula nos deu a missão de apoiarmos as regiões afetadas com os recursos necessários para amparar quem perdeu bens e abrigo nesse momento difícil. Estamos juntos!”, publicou Pimenta em sua conta no Twitter.