![](https://horadopovo.com.br/wp-content/uploads/2023/09/O-diretor-do-Ginasio-Hertzlia-Zeev-Degani-se-dirige-aos-alunos-e-pais-reunidos-no-patio-da-escola-Haaretz.jpg)
“Não serviremos à ditadura nem à ocupação dos territórios palestinos”, declaram os secundaristas de Tel Aviv, na proximidade da idade de alistamento ao serviço militar. Realizaram ato no Ginásio Hertzlia para dizer que se negam a servir sob o atual governo que ataca o Poder Judiciário e acelera a anexação de terras palestinas
200 secundaristas de diversas escolas se reuniram neste domingo (04) no pátio do Ginásio Hertzlia, um dos mais prestigiados da cidade, para declarar que se negam a “servir a uma ditadura e à ocupação” (referindo-se a ocupação das tropas israelenses nos territórios da Palestina ocupados desde 1967).
O documento que os jovens firmaram declara: “Nós jovens que estamos prestes ao alistamento dizemos não à ditadura – tanto em Israel como nos territórios palestinos ocupados – e anunciamos que não vamos nos alistar até que a democracia esteja garantida para todos os que vivem sob o regime de Israel”.
Quando os secundaristas anunciaram o ato, o ministro da Educação, Yoav Kish, pressionou o Conselho Diretor da Escola que acabou cedendo e proibindo o evento na escola.
No entanto, o diretor-geral do Ginásio, Zeev Degani, não aceitou a decisão, renunciou ao posto e veio ao pátio da escola no domingo, junto com os pais que apoiavam a decisão dos filhos e realizaram a atividade.
A manifestação dos alunos de Tel Aviv se junta aos inúmeros atos com os formatos mais diversos contra o golpe de Netanyahu e sua coalizão fascista que tem início com uma nova legislação destinada a acabar com o Poder Judiciário através de leis que manietam a Corte Suprema israelense. São leis aprovadas por maioria simples no parlamento israelense, o Knesset, e que destrói o tecido legal de Israel que propiciou um funcionamento com direitos de cidadania – ainda que nitidamente parciais diante do projeto supremacista israelense de inviabilizar os direitos de autodeterminação do povo palestino – que agora nem estes prevalecerão caso a coalizão consiga seus intentos.
Entre as manifestações de protesto, algumas se deram, assim como esta dos secundaristas, no terreno do serviço militar, com milhares de integrantes da reserva informando que não mais se apresentarão ao serviço em suas bases caso permaneça o ataque ao Poder Judiciário.
A decisão de jovens israelenses de se negarem a servir já ocorreu diversas vezes, no entanto, esta é a primeira vez que se anuncia em um ato público dentro de uma escola israelense. Os que dirigiram o ato em Tel Aviv afirmaram que vão buscar adesão de jovens de outras escolas do país.